Milhares de pessoas estão por estes dias a visitar Valença. O Município fala em “enchentes de turistas e peregrinos”, em época de Semana Santa, após dois anos de pandemia.
“As ruas repletas, o movimento no comércio, na restauração e na hotelaria são um uma lufada de ar fresco para Valença e para a revitalização de setores tão afetados pela pandemia”, congratula-se a edilidade presidida por José Manuel Carpinteira, garantindo que “está empenhada em alavancar este regresso à normalidade, na atratividade e embelezamento da cidade, bem como na sua dinamização cultural e social”.
A recuperação, nos últimos meses, do número de peregrinos que chegam a Valença, pelo Caminho Português Central e pelo Caminho Português da Costa é, também, “um bom indicador” para o presidente da Câmara.
“Ver as ruas da zona urbana do concelho com tanta dinâmica e fluxo de visitantes e os estabelecimentos comerciais, de restauração e hotelaria repletos, após dois anos de crise ditados pela pandemia, dá um alento acrescido e renovadas esperanças na retoma da atividade destes setores fundamentais para o tecido socioeconómico de Valença”, avalia Carpinteira.
“A autarquia está a trabalhar empenhadamente na dinamização turística, cultural e social, assumindo um papel impulsionador da atividade económica do nosso concelho”, assegura.
Veja as fotos [créditos: Município Valença]
Lanço da cruz na segunda-feira
As tradicionais cerimónias do Lanço da Cruz, em Valença, estão de volta. Realizam-se na próxima segunda-feira.
Trata-se de uma tradição luso-galaica, com séculos de existência, repete-se todos os anos à segunda-feira de Páscoa, no Parque Natural da Senhora da Cabeça, em Cristelo Côvo, junto ao rio Minho. É ponto de confluência de milhares de peregrinos de todo o Noroeste Peninsular.
Nos últimos dois anos, recorde-se, esta tradição foi suspensa devido à pandemia da COVID-19.
Ao entardecer, pelas 17h00, depois da visita pascal, à freguesia de Cristelo-Côvo (Valença), o pároco, devidamente paramentado e com uma cruz ornamentada, entra num barco de pesca e dirige-se até à margem espanhola onde dá a cruz a beijar aos paroquianos da outra margem.
Durante esse período são lançadas, pelos pescadores as redes benzidas ao rio. Todo o peixe que sair no lance é para o pároco. Entretanto com o pároco português regressa, no barco, o pároco de Sobrado – Torron, concelho de Tomiño (Galiza), dando a cruz a beijar aos peregrinos que aguardam junto ao rio, na margem portuguesa.
Várias embarcações portuguesas e galegas acompanham este compasso pascal, numa autêntica procissão fluvial, nas águas do Minho.
Mas este ano ainda não haverá beijar da Cruz nem a habitual troca
Convém sempre lembrar que a pandemia ainda não acabou. E ainda há cuidados a ter. Assim, segundo declarações do pároco Eugénio Silva citadas pelo jornal O Minho, “não se vai dar a cruz a beijar, mas toda a celebração faz-se na mesma. Vou entrar no barco para levar a cruz a beijar às populações do outro lado do rio Minho e o pároco de Sobrado faz o mesmo. No meio do rio costumávamos trocar as cruzes”.
“Este ano, ainda por precaução não vamos trocar as cruzes porque não se podem dar a beijar e para não haver os contactos de risco. Paramos os barcos, fazemos as saudações, mas não trocamos as cruzes”, referiu o sacerdote.
Carpinteira quer Lanço da Cruz elevado a Património Imaterial
Recorde-se que o presidente da Câmara Municipal de Valença, José Manuel Carpinteira, manifestou no ano passado a intenção de ver o Lanço da Cruz elevado a Património Imaterial de Portugal e transfronteiriço.
O edil valenciano defende a sua classificação “por ser uma das mais emblemáticas e genuínas tradições da Páscoa”.
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