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Foi cancelada a edição deste ano das tradicionais cerimónias pascais do Lanço da Cruz, que anualmente se realizam na localidade de Cristelo-Côvo, em Valença. Uma decisão que se prende com as medidas urgentes a adotar no sentido de evitar a propagação do novo coronavírus (COVID-19).
A tradição luso-galaica, com séculos de existência, iria este ano ter lugar no próximo dia 13 de abril. As margens do rio Minho voltariam a ser ponto de confluência de milhares de peregrinos de todo o Noroeste Peninsular. Só que não vai acontecer.
Para os menos conhecedores, tudo acontece ao entardecer, pelas 17h00, depois da visita pascal, à freguesia de Cristelo-Côvo (Valença), o pároco, devidamente paramentado e com uma cruz ornamentada, entra num barco de pesca edirige-se até à margem espanhola onde dá a cruz a beijar aos paroquianos da outra margem.
Durante esse período são lançadas, pelos pescadores as redes benzidas ao rio. Todo o peixe que sair no lance é para o pároco. Entretanto com o pároco português regressa, no barco, o pároco de Sobrado – Torron, concelho de Tomiño (Galiza), dando a cruz a beijar aos peregrinos que aguardam junto ao rio, na margem portuguesa.
Várias embarcações portuguesas e galegas acompanham este compasso pascal, numa autêntica procissão fluvial, nas águas do Minho.
Um ritual considerado único no país e que almeja ser Património Imaterial da UNESCO. Tanto a Junta de Freguesia local como a Câmara de Valença estão a trabalhar no projeto de elevar esta tradição a esse estatuto.
[Fotografia: Arquivo / DR]
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