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Viana do Castelo

ULSAM: Surto de sarna norueguesa leva médicos e enfermeiros ao desespero

29 Abril, 2016 - 15:23

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Profissionais de saúde queixam-se de que o tratamento a que estão a ser sujeitos não é o mais apropriado.

“É uma comichão quase impossível de aguentar!”. O desabafo é de um profissional de saúde da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) aos microfones da Rádio Vale do Minho. Um surto de sarna despoletou há dias no Piso 6 daquele hospital, em Viana do Castelo. “Auxiliares, enfermeiros e até médicos já contraíram a doença”, contou a mesma fonte, que preferiu manter o anonimato.
Tudo terá começado há pouco mais de um mês quando uma doente, proveniente de um lar de Monção, foi internada naquele piso. Apresentava lesões dermatológicas na cabeça. “Esteve num quarto mas não esteve isolada. Os exames concluíram que a senhora tinha sarna norueguesa”, que é uma variante mais grave das infecções causadas pela sarna comum.
“Mandaram vir um produto próprio manipulado e comprimidos para as lesões da doente”. O tratamento começou a ser feito. No entanto, “começaram a aparecer mais doentes com esse tipo de sarna”. A velocidade do contágio foi tal que não tardou até que surgissem auxiliares e enfermeiros com sintomas de coceira alérgica.
“O chefe de enfermagem recomendou tratamento para a sarna comum, mas é claro que não deu resultado”, disse. “Continuamos a queixar-nos e a Medicina do Trabalho aconselhou-nos a tomar anti-estamínico”. O cenário, em vez de melhorar, piorou ainda mais nos últimos dias. “O contágio alastrou aos médicos. A Medicina do Trabalho recomendou o «Acarilbial» tanto aos que têm como aos que não manifestam sintomas”.
O profissional de saúde garantiu à Vale do Minho que aquele conselho está a ser rigorosamente seguido. No entanto, os resultados permanecem aquém das expectativas. A preocupação e o desespero começam a tomar conta do Piso 6. “Isto já é uma questão de saúde pública! Tenho família! Tenho filhos! O risco de contágio é muito elevado e isto não pode ser tratado desta maneira”, alertou.
A Rádio Vale do Minho tentou contactar por diversas vezes o contacto com o Conselho de Administração da ULSAM, mas ninguém se mostrou disponível para prestar declarações sobre esta matéria.
Recorde-se que, em setembro do ano passado, a ULSAM recebeu o primeiro prémio, a nível nacional, por ter obtido os “melhores níveis de desempenho” num estudo promovido pela empresa IASIST. Em comunicado, fonte da administração da ULSAM adiantou que aquele prémio foi atribuído no âmbito do “Top 5 da excelência dos Hospitais Portugueses no âmbito das Unidades Locais de Saúde”.

SAIBA MAIS
Que diferenças entre a sarna comum e a sarna norueguesa?

A sarna (ou escabiose) é uma infecção parasitária contagiosa da pele que pode ocorrer não só em seres humanos mas também em animais. É causada pelo ácaro ‘Sarcoptes scabiei’ [na fotografia]. O parasita refugia-se na pele, causando coceira alérgica intensa.
Esta doença pode ser transmitida através de objectos, mas é mais frequentemente transmitida por contacto direto com a pele infectada.
A sarna crostosa, mais conhecida como sarna norueguesa, é uma forma mais grave da infecção. A doença pode ser tratada com uma série de medicamentos. O creme de permetrina tem sido considerado entre os especialistas como um dos mais eficazes. No entanto, é o mais caro em comparação com outros tratamentos.

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