O presidente da Junta da Galiza, Alberto Núñes Feijóo, admitiu hoje que as melhorias na ligação ferroviária entre Porto e Vigo estarão dependentes dos fundos estruturais a definir para o período de 2014 a 2020.
Segundo o líder do governo galego, “as autoridades europeias e as autoridades nacionais veem com otimismo a capacidade de captação de fundos inter-regionais e de fundos transfronteiriços” para os melhoramentos na linha Porto-Vigo, pelo que afirmou estar “convencido que esse projeto continuará a ter financiamento da União Europeia”.
Núñes Feijóo admitiu que não existe, “neste momento, capacidade financeira para fazer um comboio de alta velocidade”, sendo por isso “preciso definir prioridades”.
“Agrada-me muito que a prioridade de melhorar a estrutura atual do comboio Porto-Vigo continue na agenda dos dois países, de forma a conseguirmos um tempo competitivo entre a via ferroviária e autoestrada”, acrescentou.
Interrogado pelos jornalistas portugueses no final da sessão de abertura do 1.º Congresso sobre Cooperação Inteligente, que decorre até terça-feira, sobre a questão das portagens nas ex-SCUT, Nuñes Feijóo lembrou que “o país que tem de resolver esse problema é Portugal”.
Lembrando que o assunto foi discutido na última Cimeira Ibérica, o presidente galego disse esperar que, “quanto antes, os espanhóis possam pagar as portagens de maneira simples.
“No momento, isso não é possível”, o que “prejudica os movimentos entre Portugal e Espanha”, com “a maior fronteira da Europa”.
Da cimeira que decorreu no Porto, saiu a decisão de desenvolver a compatibilidade entre a Via Verde portuguesa e a Via T espanhola (que iniciou uma experiência piloto a 01 de junho) e implantar um sistema de pagamento através de cartão de crédito associado a uma matrícula, que deverá arrancar no início do próximo mês em Vila Nova de Cerveira.
No congresso onde se discutem as relações transfronteiriças entre cidades e regiões, Nuñes Feijóo lembrou, “como presidente da Galiza e como atual presidente da Comunidade Galiza – Norte de Portugal, que esta esquina da Europa foi sempre pioneira em matéria de cooperação”.
“Quando poucos intuíam as vantagens das alianças transfronteiriças, aqui praticavam-se estas formas alternativas ao Estado, que logo seriam assumidas por outras regiões europeias”, acrescentou.
No seu discurso, o líder galego afirmou que é preciso “adaptar as alianças regionais às novas necessidades económicas, fundamentalmente à inovação e à gestão partilhada em todas as áreas possíveis” e salientou a importância de a Europa nunca esquecer “dois fatores-chave que quando estiveram ausentes ameaçaram de forma importante o futuro, o futuro da Europa”: capacidade de adaptação e cooperação.
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