Os trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) aprovaram ontem a realização de uma manifestação pública pela “sobrevivência” da empresa, iniciativa que agendaram para 20 de fevereiro.
“Vamos sair de novo à rua lutando pela sobrevivência dos estaleiros, contra o encerramento”, anunciou o porta-voz da comissão de trabalhadores dos ENVC, António Costa.
A manifestação, tal como as anteriores, vai percorrer as principais ruas da cidade de Viana do Castelo e, além dos 625 trabalhadores, deverá envolver ex-funcionários, familiares e população.
O protesto tem início marcado para as 10:00 da próxima quarta-feira, com saída da empresa, e a sua realização foi aprovada hoje em reunião geral de trabalhadores.
A última iniciativa do género realizou-se a 01 de outubro de 2012 e reuniu mais de um milhar de pessoas pelas ruas da cidade.
Os ENVC estão em processo de reprivatização há um ano mas a venda da empresa ficou suspensa no final de dezembro devido à investigação lançada pela Comissão Europeia aos apoios estatais de 180 milhões de euros, atribuídos aos ENVC entre 2006 e 2010.
Estas dúvidas já levaram o grupo brasileiro Rio Nave a desistir do negócio, pelo que os russos da RSI Trading são os únicos ainda na corrida.
No final da reunião de ontem, a comissão de trabalhadores dos ENVC saudou a “coragem” do ministro da Defesa José Pedro Aguiar-Branco por, em 2011, ter suspendido o processo de reestruturação lançado pelo Governo anterior, e que previa o despedimento de 420 funcionários.
“Isso deve ser enaltecido mas hoje fala-se é do encerramento da nossa empresa. Nós não queremos acreditar que durante este tempo todo estivemos a ser enganados pelo senhor ministro”, rematou António Costa.
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