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Viana do Castelo

Trabalhadores dizem que demissão na Empordef mostra que ainda não há solução

5 Março, 2012 - 08:05

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A Comissão de Trabalhadores dos estaleiros de Viana do Castelo afirmou, este domingo, que a demissão de um dos três administradores executivos da Empordef demonstra que a solução para a empresa “afinal ainda não está definida”.

A Comissão de Trabalhadores dos estaleiros de Viana do Castelo afirmou, este domingo, que a demissão de um dos três administradores executivos da Empordef demonstra que a solução para a empresa “afinal ainda não está definida”.

“Quando pensávamos que estava tudo em resolução, começam a existir baixas na estrutura, o que ilustra que a solução [para a empresa] não está, afinal, tão definida como parecia”, disse à Lusa o porta-voz da Comissão de Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).

António Barbosa acrescenta que os estaleiros “estão a ficar com a sua capacidade delapidada” e apela à “urgente” tomada de decisões por parte de Governo.

“Mas não criem mais problemas, que já temos que cheguem”, afirmou o porta-voz da Comissão de Trabalhadores, cuja estrutura será recebida esta segunda-feira pelo presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, face a estes desenvolvimentos.

“A demissão conhecida vem aumentar as nossas preocupações”, admitiu ainda António Barbosa.

Em causa está a demissão de Luís Miguel Novais das funções de administrador executivo da Empordef devido, afirmou à Lusa, à “inércia” da administração daquela holding em tomar decisões sobre o futuro e a gestão dos ENVC.

“Há decisões de gestão que têm de ser tomadas, independentemente da decisão final do Governo sobre a empresa. Esta inércia a que estamos a assistir desde novembro está a levar a um esgotamento dos estaleiros”, afirmou Luís Miguel Novais.

“Esta administração foi muito coesa até à elaboração de uma solução para os estaleiros, que foi apresentada a 31 de outubro ao Governo. Depois disso, os meus colegas alinharam numa perspetiva de não autonomia face a quem nos nomeou, enquanto eu entendo que devemos assumir o mandato e decidir, por isso fiquei em minoria”, apontou.

Acrescenta que a solução para os estaleiros de Viana “está a deslizar no tempo” e que o período de avaliação “acabou em novembro”, faltando agora decisões, antes de tudo de gestão corrente.

“Penso que já estamos fora de prazo para decidir e sobretudo para executar. O Governo tem os seus tempos, mas nós, gestores públicos, somos pagos para tomar decisões. Quando não as tomamos, mais vale não estar a gastar o salário ao Estado, por isso fui-me embora”, disse ainda.

Em concreto, aponta casos como o atraso na aquisição de matéria-prima para iniciar a construção de dois navios asfalteiros para a Venezuela, negócio de 128 milhões de euros e que corre o risco de cair por terra. Ou a forma como foi conduzida a negociação com a Douro Azul, com uma proposta para a construção de quatro navios-hotel por quase 50 milhões de euros apresentada apenas a 29 de fevereiro.

“Quem está a gerir tem de tomar decisões. Se o acionista, que neste caso é o Estado, não concordar demite os administradores. Mas nunca ter uma fábrica parada, com contratos para executar”, rematou.

A administração da Empordef, holding do Estado para as indústrias da Defesa, é liderada por Vicente Ferreira, empossado no cargo em agosto de 2011 e conta agora com apenas um administrador executivo, António Mendonça, e outro não executivo, Jorge Camões. Este último lidera diretamente os ENVC, participados a 100 por cento pela Empordef.

Numa nota enviada à Agência Lusa, o presidente da Empordef, Vicente Ferreira, disse que esta demissão se deve a “uma visão diferente” em relação “à solução preconizada” para os ENVC.

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