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Viana do Castelo

Teatro do Noroeste recorre da exclusão pela DGArtes dos apoios diretos

3 Abril, 2013 - 07:45

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A direção do Teatro do Noroeste disse, esta terça-feira, que vai recorrer da decisão da Direção Geral das Artes (DGArtes) que excluiu aquela companhia de Viana do Castelo da lista de apoios diretos na área do teatro.

A direção do Teatro do Noroeste disse, esta terça-feira, que vai recorrer da decisão da Direção Geral das Artes (DGArtes) que excluiu aquela companhia de Viana do Castelo da lista de apoios diretos na área do teatro.

“Temos dez dias úteis para recorrer dessa decisão, é isso que vamos fazer. Mas não podemos deixar de dizer que pelos quase 22 anos de atividade artística merecíamos outro tratamento da parte das entidades da Administração Central”, afirmou à agência Lusa Eduarda Branco, presidente da direção da cooperativa Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana (TN-CDV).

A DGArtes anunciou, esta terça-feira, que 54 entidades artísticas vão repartir cerca de 4,3 milhões de euros atribuídos nos concursos de apoios diretos, anuais, bienais e quadrienais na área do teatro. Destas entidades, seis receberão apoios anuais (2013), 18 bienais (2013-2014) e 30 quadrienais (2013-2016).

O TN-CDV apresentou uma candidatura para programação quadrienal, de 313.578 euros (2013), 326.658 euros (2014), 346.799 euros (2015) e 399.358 euros (2016), com 16 novas produções e a reedição do Festival de Teatro do Eixo Atlântico (Festeixo).

Esta candidatura não recebeu qualquer verba da DGArtes para os quatro anos.

No relatório de avaliação, aquela entidade aponta que as novas criações sugeridas foram apresentadas “apenas com sinopses dramatúrgicas, sem qualquer referência a outras opções de natureza estética, ao nível da encenação ou da interpretação, não sendo demonstrada significativa consistência estética em toda a programação”.

Isto “impede” que “se possa valorizar a qualidade artística do projeto”, lê-se ainda no documento.

A DGArtes alega ainda, entre outros aspetos, que o projeto de gestão “apresenta um peso considerável das despesas da estrutura” e que algumas verbas previstas, referentes a honorários, “parecem claramente sobredimensionadas”, em particular no que se refere ao pagamento de encenação.

Contactado pela agência Lusa, o diretor artístico da companhia afirmou tratar-se de uma decisão “estranhíssima”.

“Vamos reunir a equipa e pedir justificações, depois de uma leitura atenta da ata da decisão. Mas é estranhíssimo porque dos últimos anos, 2012 até foi o melhor de todos, não percebo como a companhia pode ser penalizada desta forma, não há razão para isto”, sublinhou Manuel Coelho.

Fonte daquela companhia profissional disse hoje à Lusa que no último quadriénio o TN-CDV recebeu 487.610 euros, com “um corte de 61%” aplicado em 2011 e 2012. Em contraponto, a companhia residente do Teatro Municipal Sá de Miranda recorda que entre 2009 e 2012 realizou 465 representações com 66.531 espetadores.

Em 2012, garante a direção, o TN-CDV “teve o seu ponto alto” com o maior número de espetadores em 20 anos, através da peça “Do céu caiu um Anjinho”, de Fernando Gomes, que também encenou e integrou o elenco, a ser vista em apenas vinte dias por 7.086 espetadores.

Já este ano, a peça infantil “Capuchinho Vermelho” soma “mais de 7.500 espetadores infantis”, oriundos de “todos os concelhos do distrito de Viana do Castelo, do Porto e de Braga”. Para o público escolar existe mesmo uma “lotação esgotada” até junho, altura em que termina a carreira desta peça.

Em 21 anos de atividade a companhia já levou à cena 113 produções, das quais 17 destinadas ao público infantil, envolvendo “mais 400 mil espetadores”.

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