Futebol alagadiço um pouco por toda a parte, com algum “meter de água” a mais, assim se caracterizou o fim-de-semana, com muita chuva, vento e bastantes golos, para ânimo em alguns jogos mas também uma certa antecipação pelas decisões finais numa ou noutra prova. E se a Matemática, como ciência rigorosa, não pode considerar fechados alguns campeonatos, a probabilidade desportiva começa ela própria a encarregar-se de os ir definindo, tal a vantagem que começa a ser consolidada.
Começando pela principal divisão vianense, estaremos perante um desses casos. O triunfo do Ponte da Barca aliado aos empates de Cerveira e Desportivo de Monção retiraram bastante entusiasmo à prova e ou as três próximas rondas lhe voltam a colocar alguma emotividade ou teremos campeão bastante antecipado.
O líder triunfou, com naturalidade, em sua casa, com um golo em cada metade, no dérbi diante do Paçô, que também começa a “arrumar” a sua posição no fundo da tabela. É que o que aconteceu no topo, tornou-se extensivo aos lugares do fundo da tabela. Nestes, como já vimos, o Paçô marcou passo na Barca e o mesmo aconteceu com a lanterna vermelha, Moreira do Lima, que foi, pela mesma marca de dois a zero, derrotado em sua casa pelo Campos, que, assim, duplicou a pontuação relativamente aos arcuenses. Juntemos-lhe o triunfo do Lanheses, curiosamente pela mesma, diante do Courense e a questão das despromoções começa a ganhar forma para Moreira do Lima e Paçô, já com muitas dificuldades para saírem do fosso.
Ora, no topo, ao triunfo da Barca não corresponderam quer o Cerveira, sobretudo este, que “encravou” caseiramente diante de Correlhã, não conseguindo ir além de empate em dois golos, e mesmo este conseguido já pela recta final da partida, embora se tivesse dado ao desperdício de grande penalidade, e ainda do Desportivo de Monção que melhor não foi capaz que um nulo no difícil campo Beira-Mar, em Castelo de Neiva, um dos locais onde a intempérie melhor se fez notar. Assim sendo, o Ponte da Barca já averbou vantagem de oito pontos, número sempre considerável já em plena segunda metade da prova.
Em branco ficaram ainda Valenciano e Vila Franca, num dos encontros mais sensabores da ronda, ao passo que o Vila Fria repetiu o triunfo da primeira volta diante do Vitorino de Piães, desta feita, em sua casa e por três a um, emparelhando estes conjuntos. Finalmente, o Atl dos Arcos “vingou-se”, com juros altos, diante do Chafé, do desaire da primeira volta, e aplicou-lhe meia dúzia em reacção ao ponto de honra dos vianenses.
Na divisão distrital secundária, como se já não fosse muito satisfatória a distância pontual do Arcozelo, nesta ronda ainda se tornou mais dilatória pelo empate do Távora em terras de S. Martinho de Gandra, cifrando-se já em catorze pontos, pelo que o campeonato à parte da turma limiana deu para registar seis a um diante da lanterna vermelha, Castanheira, e dará, em futuro, para continuar a cimentar essa diferença. Por isso, o interesse no topo passa, agora mais que nunca, pela definição do segundo lugar, que ficou “preso pelas pontas” no Távora, depois do empate em Gandra, em dois golos e conseguido já em “prolongamento”, pois quase era igualado pelo Âncora Praia, vencedor diante do Vianense B, por dois a um, quanto baste para assumir a condição de candidato a promoção e ter “arrumado” o clube da capital do distrito. Na luta pela “prata”, continua também o Ancorense, a depender exclusivamente de si próprio, depois de concludente triunfo em Cardielos por dois a cinco. Nesta contenda pelo segundo posto, melhoraram posições, acima dos trinta, o Bertiandos, que “afogou” o Melgacense, nas Lagoas, impondo-lhe três golos sem resposta e desferindo mais um “golpe” duro nas pretensões dos de Inês Negra, e ainda o Fachense, que continua em grande, desta vez com averbar de triunfo suculento na foz do Minho, por um a quatro, diante do Lanhelas.
Restam os dois representantes da nossa área de abrangência, ambos com resultados negativos nas proximidades do Lima e em margens opostas. O Raianos saiu vergado a derrota de um golo em Darque e perdeu a entrada na linha da frente; já o Longos Vales sofreu dois em Perre e continuará mergulhado no trio do fundo. A Cegonha não quis sair a terreiro, em tarde diluviana para as bandas de Anais e, em “solidariedade”, o jogo Anais/Moreira foi o único a não ter tido início na tarde invernosa, aguardando melhores dias, quiçá pelo Carnaval.
A antepenúltima jornada do Portugal Prio trouxe quase a constatação que Vianense e Neves terão longo “calvário” na segunda fase da prova, em tentativa de manutenção, enquanto o Limianos continua a amealhar alguns pontos preciosos.
Para as duas rondas finais, no topo, haverá três equipas em luta pelos dois lugares de tranquilidade. É que o triunfo do Vilaverdense sobre o Bragança, por dois a um, juntou-os na fila da frente, seguindo a dois pontos as Pedras Salgadas depois do triunfo, igualmente por dois a um diante dos “mineiros” do Argozelo. Quiçá, ficou carregado de ansiedade o próximo duelo transmontano, Bragança/Pedras.
O Limianos quedar-se-á na disputa da manutenção, mas o triunfo por dois a três nas Neves trouxe tranquilidade mas afundou os vianenses para lanterna vermelha nesta fase da prova, seguidos de perto pelo Vianense que foi abalroado com três “ondas” gigantescas na Camacha, obrigando-se ainda a digladiarem-se os dois vianenses na ronda que por aí vem. Esperadas dificuldades grandes para este par vianense, que o Marítimo B adensou com o seu triunfo diante do Mirandela, por um golo sem reacção.
O futebol profissional também teve entraves numa e noutra competição. Na II Liga aconteceu no Freamunde/Atlético, situação aproveitada pelo Feirense, triunfante diante do Sporting B, por dois a zero, para se instalar em lugar de promoção, mantendo o Chaves o seu posto após triunfo em Braga, por três a um. O “galo” também cantou, por uma vez, no “poleiro” de Mafra e, por isso, o Gil Vicente entrou bem posicionado para lugares de decisão, onde poderemos incluir ainda o Portimonense que “abateu” o líder Porto B, por dois a um, reduzindo-lhe a vantagem para a meia dúzia de pontos. O alerta soou na Luz, com o Benfica B à beira do precipício depois do desaire caseiro diante do Olhanense.
Pela NOS, o nevoeiro aliou-se ao temporal e voltou a fazer das dele na Choupana, obrigando, mais uma vez, o Benfica a voltar a casa com apenas sete minutos nas pernas e a complicar-lhe o calendário. Até quando continuaremos com as surpresas (que já praticamente se tornaram certezas) na Choupana? Contudo, não pensem despromover o Nacional só para se verem livres desse flagelo!
Na frente, o Sporting continua líder e com estofo de campeão. Diremos que depois do duelo com os “Arcebispos” o Leão tem os três argumentos principais de campeão: “Garra”, que é importante, “Estrela”, pois a sorte protege-os, e “Poder”, pois muitos gostam de estar com este e ajudam-no a preceito para serem bem vistos.
Pronto, ganhou com garra, com sorte e com ajuda preciosa, mas tudo faz parte da bola. Três a dois, diante do Braga, denota dificuldades, espectáculo e oposição, coisa que praticamente não teve o Porto pós Lopetegui, no Bessa, onde aplicou ao vizinho Boavista chapa cinco e deixou a pantera moribunda, cada vez mais “enterrada” e aliada ao Tondela, derrotado em Coimbra, diante da Académica, pois dois a um, afastando-se um pouco os “estudantes”, mais calmos um pouco.
Na luta pelo meio da tabela e consequente entrada europeia, o Arouca continua sensação e mais o foi ao conseguir reduzir dois golos de desvantagem em Guimarães, empatando a partida nessa marca, enquanto o Rio Ave voltou aos triunfos, embora magro, por um a zero, diante do União da Madeira, tal como o Estoril ao impor dois a zero ao Belenenses. Mais produtivo foi o Marítimo que no Caldeirão “frigiu” os Cónegos de Moreira com expressivos cinco a um.
Em face de todos os resultados, não deixará de merecer atenções redobradas o Paços de Ferreira/Setúbal desta noite, que definirá o quinto posto da primeira metade, e poderá ou não ser o seu desfecho por causa do nevoeiro madeirense, que deixou o Nacional/Benfica para hoje ou data posterior.
Nas pinceladas finais, começamos pelo regresso do Hóquei em Patins, três semanas depois, com o Valença H C a manter o seu posto, depois de triunfo sobre Barcelos, por dois a um, mas os rivais directos também averbaram triunfos, como foi o cado do Riba D’Ave diante do Lavra e do Espinho, perante os Taipenses. No Campeonato principal, o Porto vergou a Oliveirense, por três a dois, e o grande beneficiado foi o Benfica que alargou o fosso depois do triunfo relativamente fácil diante da Sanjoanense. Merece-nos destaque o triunfo da Juventude de Viana em Valongo.
No Futsal, concluiu-se a primeira fase de Juniores A Femininos e apenas o Deucriste não segue à fase final, enquanto em Seniores do mesmo género, o Castanheira deu passo gigantesco rumo ao título ao vencer o Soutelense, por cinco a um, garantindo a margem de cinco pontos sobre o Limianos, que será agora o adversário de maior pendor. Em masculinos, Neiva e Barca empataram e mantém boas perspectivas de apuramento para a segunda fase. Ainda na modalidade, a menção que o Sporting, ao derrotar o Fundão por dois a zero, inscreveu o nome como primeiro vencedor da Taça da Liga.
A manhã de Sábado, apesar de pluviosa, praticamente não criou problemas em Futebol de Sete, salvo escassos cinco minutos em Campos, mas já em futebol de onze, a nível distrital, foram suspensos pelo menos dois encontros: um Campos/Valenciano, em Iniciados, que não teve início, e uma suspensão dos Juvenis entre Desportivo de Monção e Ponte da Barca, na segunda metade, quando empatados em um golo.
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