O centro de saúde de Tui mantém a mesma média de atendimento a utentes portugueses por noite, apesar do fecho da unidade de saúde de Valença, imediatamente do outro lado da fronteira, contestada por autarcas e munícipes.
O risco de aumento de procura das urgências espanholas foi uma das críticas feitas pelos utentes portugueses, que têm contestado o encerramento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) de Vaçença, substituído por uma consulta aberta que funciona das 08:00 às 00:00.
O chefe de serviço do Centro de Saúde de Tui, Santiago Posse Arenas, explicou à Lusa que os portugueses atendidos por noite naquele equipamento "praticamente não aumentaram e a média é quase similar a que havia previamente ao encerramento".
"Um, dois pacientes portugueses, no máximo, por noite. Eu creio, inclusivamente, que este número irá diminuir e não aumentar. Sempre atendemos cidadãos portugueses, como imagino que do outro lado da fronteira atendam espanhóis que estejam em Portugal", afirmou o responsável.
O chefe de serviço do Centro de Saúde de Tui recordou ainda que "quando o Centro de Saúde de Valença fechou de madrugada, as pessoas ficaram com medo que um serviço que está estruturado para receber uma determinada população tivesse que atender outra população como a de Valença".
"A verdade é que não foi assim. Tivemos muito medo mas não foi assim. Até agora temos tido a média habitual", garantiu.
Letícia Pinheiro, uma portuguesa a trabalhar em Tui na área da restauração, considera legítima a luta dos utentes do Centro de Saúde de Valença porque "toda a gente que paga os seus impostos tem direito a um sistema de saúde que é um bem essencial, básico".
"Aqui em Tui eles recebiam-nos de bom grado, mas parece que não é o que o Governo português deseja. Senão deseja, acho muito bem que ponham outra vez as urgências porque uma pessoa não tem horas para precisar delas e 50 quilómetros para Viana e 20 quilómetros para Moção é muito", condena Letícia.
Do lado dos utentes espanhóis encontra-se uma evidente tranquilidade em relação à possibilidade de alguns portugueses utilizarem os serviços do Centro de Saúde de Tui, sendo esta situação habitual em cidades fronteiriças.
"Não me preocupa. Eu estive em França, um país comunitário, ia aos hospitais de lá e não tinha nenhum problema. Não sei porque é que os portugueses os terão aqui. Chama-me a atenção que se monte tanta "algazarra" por isto, nada mais", disse Alfonso Fernández.
FONTE: Lusa
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