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Vale do Minho

Rio Minho: Pescadores temem concorrência desleal da lampreia francesa

30 Janeiro, 2023 - 09:58

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Ciclóstomo continua escasso no rio Minho.

A lampreia continua escassa no rio Minho. E isso está a aumentar a preocupação nos pescadores, tanto do lado português como do lado galego.

 

Segundo o jornal La Voz de Galicia, começa a temer-se concorrência desleal por parte de outra lampreia… vinda de França.

 

No ano passado choveu pouco, o que foi mau para a entrada do ciclóstomo no rio Minho. Este ano choveu imenso… e isso também foi mau, dado que segundo o testemunho de vários pescadores “há muita água doce no mar e as lampreias não têm necessidade de subir o rio em busca dela”.

 

“Janeiro costuma ser mau na pesca da lampreia, mas há janeiros melhores que outros. E este foi mau”, contou àquele jornal Benigno Barreiro, um experiente pescador de 60 anos de idade que pratica o ofício desde os 11.

 

“É verdade que trazem lampreia de França. Lá quase não a comem há 20 anos. Aqui mistura-se com a nossa”, revelou.

 

As palavras de Benigno são corroboradas por Jorge, pescador português de 36 anos de idade. Investiu recentemente 10 mil euros na compra de um barco e equipamento. A época do ano passado foi “catastrófica”.

 

Espera que não se repita este ano, mas o excesso de água doce no mar preocupa-o. Assim como a lampreia vinda de outros locais.

 

“Muitas vêm de França. Mas eu nunca as vi”, disse àquele jornal galego.

 

 

 

Preços aumentaram exponencialmente nos últimos anos

Sobre a evolução dos preços de venda nos últimos anos, o jornal La Voz de Galicia recolheu dados no concelho de A Guarda, vizinho galego de Caminha, que demonstram claramente o aumento registado:

 

  • Em 2022, foram vendidos 5.821 quilos de lampreia por 165.581 euros;
  • Em 2020, foram vendidos 11.064 quilos por 156.147 euros;
  • Em 2019, foram vendidos 10.342 quilos por 167.005 euros.

 

Restaurantes de outros concelhos do lado galego, tais como As Neves, Salvaterra de Miño e Arbo já assumiram que não têm tido lampreia suficiente para garantir a procura.

 

 

Guardia Civil pouco pode fazer

Em declarações àquele jornal, fontes da Guardia Civil admitiram que a eventual chegada de lampreia francesa à Galiza é um temor que se repete há anos. No entanto, nunca foi registada qualquer suspeita.

 

A autoridade confirmou a informação de que uma empresa galega importava lampreia apanhada nos Pirinéus. No entanto, “os carregamentos foram fiscalizados e a documentação estava em ordem”. 

 

Embora escassa, permanece agora a esperança entre os pescadores de que o mês de fevereiro possa trazer melhores notícias, que é como quem diz mais abundância de lampreia no rio Minho.

 

Recorde-se que a lampreia do rio Minho é uma das iguarias mais apreciadas na zona raiana, tanto do lado galego como na margem do distrito de Viana do Castelo. Todos os anos, os concelhos do Vale do Minho dedicam atividades que visam promover o ciclóstomo e a respetiva restauração.

 

Promoções integradas na iniciativa Lampreia do rio Minho – Um Prato de Excelência. Trata-se de um projeto da ADRIMINHO – Associação de Desenvolvimento Rural Integrado do Vale do Minho, em parceria com os seis municípios do Vale do Minho – Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença e Vila Nova de Cerveira -, e que visa a promoção de um recurso local com forte impacto na economia local – a lampreia – tornando o Vale do Minho um destino gastronómico de excelência.

 

 

 

[Fotografia: Arquivo/jornal O Amarense]

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