A “Prótoiro” afirma que a corrida de touros realizada em Viana do Castelo permitiu recuperar um terreno que “há mais de dez anos apenas acumulava lixo”, revela a posição enviada hoje ao tribunal.
“Está à vista de qualquer pessoa que deixámos aquele terreno melhor do que quando chegámos. Agora tem condições para ser semeado, para receber a prática agrícola”, explicou à agência Lusa Diogo Costa Monteiro.
Segundo o presidente da comissão executiva da federação “Prótoiro”, a instalação da arena amovível, com capacidade para 3.300 pessoas, em terrenos, privados e ambientalmente classificados da freguesia da Areosa, Viana do Castelo, permitiu “limpar” aquela área.
“Há mais de dez anos que apenas acumulava lixo. Retiramos silvas, pneus e todo o tipo de lixo. Por isso, até do ponto de vista agrícola, a corrida foi positiva”, defende Diogo Costa Monteiro.
Argumentos que constam da posição transmitida hoje pela “Prótoiro” ao Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga (TAFB), que face ao recurso apresentado pela Câmara de Viana do Castelo decidiu conceder àquela federação taurina cinco dias para argumentar.
Esse prazo terminou hoje e, com a consulta à “Prótoiro”, o tribunal acabou por viabilizar a corrida de touros, realizada naqueles terrenos a 19 de agosto e que contou com mais de 2.300 pessoas.
Recorde-se que a 02 de agosto a Câmara de Viana do Castelo, a primeira do país a declarar-se “antitouradas”, indeferiu a sua realização, alegando também motivos de ordenamento do território, mas a “Prótoiro” recorreu para o TAFB, que decretou a suspensão dessa decisão municipal.
A 13 de agosto, a autarquia argumentou junto do tribunal que os terrenos em causa são de “elevado valor paisagístico” e que a instalação da referida arena amovível representava uma “violação grave” do Plano Diretor Municipal (PDM), da Reserva Ecológica Nacional e do Plano de Ordenamento da Orla Costeira.
Além disso, a autarquia, liderada por José Maria Costa, mantém a declaração, aprovada em reunião de câmara a 27 fevereiro de 2009, de “antitouradas”, ou seja não autorizando a realização de qualquer espetáculo do género em terrenos públicos ou privados.
A “Prótoiro” deu entrada com duas providências cautelares no TAFB. Além do indeferimento inicial da autarquia à realização da corrida de touros, alega ainda a ilegalidade da decisão tornada pelo município ao afirmar-se como “antitouradas”.
Questionado pela agência Lusa, José Maria Costa já afirmou que “se for necessário” voltará a submeter ao executivo municipal uma nova declaração, de forma a não autorizar a realização de qualquer tourada no concelho de Viana do Castelo.
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