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Galiza

Prestige/10 anos: Galegos dizem que Portugal tomou “decisão acertada” ao impedir entrada do petroleiro em águas nacionais

12 Novembro, 2012 - 08:31

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A plataforma cívica “Nunca mais”, constituída em 2002 por milhares de cidadãos galegos após o acidente com o “Prestige”, admite que Portugal tomou uma “decisão acertada” ao “não permitir” que o petroleiro entrasse em águas nacionais.

A plataforma cívica “Nunca mais”, constituída em 2002 por milhares de cidadãos galegos após o acidente com o “Prestige”, admite que Portugal tomou uma “decisão acertada” ao “não permitir” que o petroleiro entrasse em águas nacionais.

“Portugal obrigou a mudar para nordeste o rumo errático do ‘Prestige’. Foi uma decisão acertada para proteger as costas lusas diante da atuação incompetente do Governo de Espanha”, afirmou à agência Lusa Xaquin Rubido, porta-voz da plataforma “Nunca mais”.

A 13 de novembro de 2002, o petroleiro “Prestige” foi apanhado numa tempestade ao largo do Cabo Finisterra e sofreu um rombo de 35 metros no casco, dando origem, ao derrame das 50 mil das 77 mil toneladas de fuelóleo que transportava.

Mais de 2.600 quilómetros da costa espanhola – não só na Galiza – foram afetados nos meses seguintes ao acidente, numa maré negra que se ficou pela ameaça ao litoral e águas portuguesas, devido ao efeito das correntes.

Dez anos depois, os ativistas da plataforma “Nunca Mais” responsabilizam o Governo espanhol da altura, liderado por José Maria Aznar, por aquela que ainda hoje é considerada a maior catástrofe ambiental em toda a Europa.

“O Governo de Aznar, em vez de procurar abrigo para o navio e atuar em águas tranquilas, para retirar a carga [fuelóleo], decidiu afastar o barco das nossas costas até afundar no mar e causar o derrame”, recorda Xaquin Rubido.

Horas depois do rombo sofrido no monocasco, o navio liberiano com pavilhão das Bahamas, chegou a passar junto à costa galega, tendo navegado depois para norte e em seguida para sul, na direção de águas portuguesas.

Acabou por se afundar seis dias depois, a 270 quilómetros da costa da Galiza, com a Marinha portuguesa a seguir a presença do navio de perto.

Contactada pela agência Lusa para se pronunciar sobre a forma como Portugal lidou na altura com a aproximação do “Prestige” das águas nacionais, fonte oficial da Marinha não quis prestar declarações, alegando que todo o processo está a ser discutido na Justiça espanhola.

Contudo, segundo dados da Marinha, as águas nacionais são atravessadas todos os anos por cerca de 70.000 navios classificados como “perigosos”, atendendo à carga que transportam, nomeadamente hidrocarbonetos.

Uma década depois da tragédia, a plataforma “Nunca mais” diz que ainda não se conhece qualquer avaliação à recuperação dos danos ambientais da maré negra provocada pelo “Prestige” na Galiza, apesar de o Governo Regional admitir a total recuperação.

“O certo é que de forma esporádica continuam a aparecer resíduos do combustível que permanece no fundo do mar”, afirma Xaquin Rubido

Garante ainda ser “evidente” o desaparecimento de uma população de 110.000 aves durante os primeiros meses do desastre, algo de “difícil recuperação”, tendo o derrame atingido mais de 40 habitats naturais daquela região espanhola.

“Em alguns casos a recuperação é lenta, em parte devido aos trabalhos de descontaminação que foram feitos de forma incorreta”, admite o porta-voz da plataforma “Nunca mais”, sobre uma operação que até 2003 mobilizou, praticamente de forma espontânea, milhares de espanhóis em toda a costa.

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