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Galiza

Prestige/10 anos: Ambientalistas dizem que Portugal não se preparou para lidar com situação idêntica na última década

12 Novembro, 2012 - 08:30

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Uma década depois da maior catástrofe ambiental da Europa, com o afundamento do petroleiro “Prestige” ao largo da Galiza, Espanha, os ambientalistas garantem que Portugal não se preparou para lidar com uma situação idêntica.

Uma década depois da maior catástrofe ambiental da Europa, com o afundamento do petroleiro “Prestige” ao largo da Galiza, Espanha, os ambientalistas garantem que Portugal não se preparou para lidar com uma situação idêntica.

“De maneira nenhuma. Portugal está há 10 anos sem navios de combate a poluição no mar”, afirmou à agência Lusa Sidónio Paes, da Liga para a Proteção da Natureza (LPN), a propósito da encomenda feita pelo ministério da Defesa, logo depois da catástrofe ambiental na Galiza que ameaçou águas nacionais.

O contrato, na altura com Paulo Portas a liderar aquele ministério, previa a construção nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo de dois Navios de Combate à Poluição (NCP), com 83 metros de comprimento.

Por dificuldades de construção e financiamento os dois navios nunca saíram do papel e o negócio foi mesmo revogado já em 2012, apesar de a empresa ainda ter adquirido mais de 19 milhões de euros em equipamentos.

Segundo dados da Marinha, as águas nacionais são atravessadas todos os anos por cerca de 70.000 navios classificados como “perigosos”, atendendo à carga que transportam, nomeadamente hidrocarbonetos.

“Para além de atuarem na prevenção à poluição, [os NCP] poderiam também assegurar a vigilância, segurança e fiscalização marítima. Felizmente, a cooperação e colaboração internacional dispõem de um apoio fundamental a nível logístico e financeiro para acidentes no mar com hidrocarbonetos”, recorda Sidónio Paes, do Grupo Oceanos da LPN.

A 13 de novembro de 2002, o petroleiro “Prestige” foi apanhado numa tempestade ao largo do Cabo Finisterra e sofreu um rombo de 35 metros no casco.

Seis dias depois, o navio liberiano com pavilhão das Bahamas afundou-se a 270 quilómetros da costa da Galiza, derramando mais de 50 mil das 77 mil toneladas de fuelóleo que transportava.

Mais de 2.600 quilómetros da costa espanhola foram afetados nos meses seguintes ao acidente e em Portugal foram recolhidas 439 aves marinhas atingidas pela maré negra, das quais 186 ainda vivas e que foram enviadas para tratamento.

Um mês depois do naufrágio do “Prestige”, duas manchas de combustível foram detetadas a 36 quilómetros da Zona Económica Exclusiva de Portugal.

Ainda assim, apesar da proximidade a águas nacionais, efeitos substancialmente mais reduzidos face à Galiza.

“Foram identificadas manchas na costa portuguesa ao longo de 70 quilómetros, a Norte de Portugal continental. Felizmente, as correntes marítimas levaram a maior parte do derrame para outras zonas costeiras, afetando maioritariamente Espanha e França”, apontou ainda Sidónio Paes.

Segundo a LPN, no âmbito do Fundo Internacional de Compensação da Poluição por Óleos, Portugal recebeu 3,3 milhões de euros para “combater as consequências” do caso “Prestige”.

Contactada pela Lusa, fonte da Marinha não quis entrar em detalhes sobre a forma como foi conduzida, na altura, a operação em torno do “Prestige”, que navegava para águas portuguesas quando se afundou, alegando que o caso está em julgamento em Espanha.

No entanto, em declarações recentes à Lusa, a Marinha tinha assumido que “não existe nenhum país na União Europeia” com “capacidade total” para intervir num caso deste tipo “sem recorrer ao pedido de ajuda por intermédio da cooperação internacional”.

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