O preço por quilo do meixão (enguia juvenil) capturado no rio Minho já alcança os 600 euros “e pode subir ainda mais nas próximas semanas”.
Os números foram adiantados à Rádio Vale do Minho por Augusto Porto, pescador e antigo presidente da Associação de Pesca Profissional do rio Minho e Mar.
A justificar este valor, Augusto Porto recorda que “o rio Minho é o único em território português onde esta pesca é legal”.
“É uma espécie com uma procura tremenda em toda a Europa e é também um prato de eleição em muitas mesas não só da Galiza como em toda a Espanha”.
Nos últimos dias de 2024, adiantou, “foram capturados na margem portuguesa do rio Minho entre 300 a 350 quilos”.
Há meixão nos outros rios portugueses. No entanto, a captura é proibida por lei.
Para Augusto Porto, esta interdição “não faz qualquer sentido”.
“Só faz com que haja pesca ilegal do mesmo, que é praticamente impossível combater. Uma quantidade que não coloque em causa a própria espécie”, argumenta.
Os pescadores ilegais recorrem à chamada tela de saco, uma rede ilegal, que fica submersa, sendo difícil a sua deteção.
Esta rede, alerta Augusto Porto, “tem grande impacto ecológico dado que muitos organismos morrem dentro do saco”.
Augusto Porto vai ainda mais longe e diz que as autoridades nem teriam tanto trabalho na vigilância.
“Os próprios pescadores iriam ser os controladores desse rio, com uma pesca sustentável, cuidada e num período reduzido”.
Entretanto, o negócio prossegue rentável para quem vende e para quem compra.
“O preço é proibitivo do lado de cá. Mas nos outros países, os ordenados são outros”, aponta o pescador.
Fez as contas.
“Um quilo de meixões são 2.500 a 3.000 exemplares que poderão gerar ainda mais enguias”. Em suma… é dinheiro que faz dinheiro.
Se os valores praticados na pesca legal são altos, no mercado negro os zeros multiplicam-se.
A título de exemplo, conforme noticiou a SIC Notícias, em março do ano passado foram apreendidos mais de 100 quilos de meixão pescado ilegalmente no rio Tejo.
No mercado negro podem render entre 6.500 euros a 20 mil… por cada quilo.
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