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Caminha

Pescadores homenageados com monumento que recorda cada morte com uma estrela-do-mar

27 Março, 2012 - 16:53

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Os mais de 50 pescadores de Vila Praia de Âncora que morreram no mar desde 1960 serão recordados com um monumento que prevê uma homenagem “contínua no tempo por cada vida perdida”.

Os mais de 50 pescadores de Vila Praia de Âncora que morreram no mar desde 1960 serão recordados com um monumento que prevê uma homenagem “contínua no tempo por cada vida perdida”.

“É uma homenagem à dura e árdua vida destes homens, através de um globo de mais de três metros de diâmetro, em bronze, com a figura do pescador em sofrimento, em destaque. Terá ainda cerca de 50 estrelas-do-mar cobertas por água, uma por cada vida perdida”, explicou hoje à Agência Lusa o autor do monumento, o escultor Mário Rocha.

Segundo a comunidade local, que está a organizar esta homenagem, desde 1960 os “registos oficiais” apontam para a morte de cerca de meia centena de pescadores de Vila Praia de Âncora em acidentes no mar.

Trata-se de uma freguesia de Caminha que vive essencialmente da pesca artesanal, com cerca de uma centena de pescadores em atividade.

Um dos acidentes mais trágicos aconteceu em março de 2011, quando o pesqueiro “Ana da Quinta”, de Vila Praia de Âncora, naufragou ao largo dos Açores, provocando a morte aos nove tripulantes, seis daquela comunidade e três indonésios.

“Mas a história da pesca na freguesia é muito anterior e o número de pessoas que perderam a vida será maior. Ainda pensamos escrever os nomes de todos, mas faltaria sempre alguém e, por isso, aceitámos a sugestão do autor”, explicou José Presa, um dos dinamizadores da iniciativa.

O objetivo passa por representar cada pescador local que perdeu a vida com uma estrela-do-mar, em grés, o que numa fase inicial corresponderá a cerca de 50.

“Sabemos que é uma profissão muito complicada, na qual estes acidentes são quase inevitáveis. Por isso, a ideia é permitir que, caso acontecem outros acidentes, possam ser acrescentadas mais estrelas, mostrando desta forma que a comunidade não se esquece dos seus pescadores”, sublinhou Mário Rocha, que desde o verão passado trabalha na conceção do monumento “contínuo”.

A obra será colocada na área exterior do portinho de Vila Praia de Âncora, depois de concluída a segunda fase de obras na envolvente, em meados de 2013.

“As nossas raízes, como povo, estão na pesca. É uma atividade que faz parte da nossa vida e cada um de nós perdeu alguém no mar. Por isso, surge esta homenagem, que não é feita apenas para um acidente em concreto mas para todos os que partiram”, rematou ainda José Presa.

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