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Paulo Esteves: “Quatro assessores ganham mais do que 85% dos trabalhadores do Município!”

6 Maio, 2018 - 09:04

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O presidente da Comissão Política Concelhia do PS Monção acusa o presidente da Câmara local de “demagogia”. Em causa está o discurso de António Barbosa (PSD), durante a cerimónia de […]

O presidente da Comissão Política Concelhia do PS Monção acusa o presidente da Câmara local de “demagogia”. Em causa está o discurso de António Barbosa (PSD), durante a cerimónia de tomada de posse da nova líder da concelhia ‘laranja’. Recorde-se que, na sua intervenção, entre outras matérias, o edil monçanense revelou que “ao fim de anos e anos, cerca de 80% dos trabalhadores vão subir de categoria e ver aumentados os seus salários que eram miseráveis”. Na reação, Paulo Esteves foi demolidor. “O Sr. Presidente da Câmara esquece-se que no Orçamento Municipal anterior estava já prevista a opção gestionária. Um montante a partir do qual poderíamos subir os salários aos trabalhadores!”, iniciou o também vereador da oposição na autarquia. “Sou apologista de uma subida de salários dos trabalhadores da função pública. No entanto, só a partir de 1 de janeiro deste ano é que as carreiras foram descongeladas. E isto aconteceu com o Governo do PS e não com a anterior governação (PSD/CDS-PP) que as congelou”, disparou. O presidente da Câmara considerou, no seu discurso, que a vereadora com o pelouro dos Recursos Humanos, Natália Rocha, fez “um trabalho extraordinário”. Já o PS considera, portanto, que “fez somente o que lhe competia fazer”.

 

Paulo Esteves: “Isto para não falar de um consultor tributário que vai auferir cerca de dois mil euros por mês!”

 

Implacável, o líder socialista denuncia mesmo atitudes políticas contraditórias por parte de António Barbosa. “O presidente da Câmara que apregoa que os funcionários do Município recebem um salário «miserável», é o mesmo presidente da Câmara que contratou quatro assessores que recebem um salário chorudo e pouco ou nada acrescentam ao Município!”, exclamou Paulo Esteves. “Estes quatro senhores ganham mais do que 85% dos trabalhadores do Município! Nós não podemos dar uma no cravo e outra na ferradura. Temos de ser coerentes! Na política não pode haver demagogia!”, continuou o vereador aos microfones da Rádio Vale do Minho. “Isto para não falar de um consultor tributário que vai auferir cerca de dois mil euros por mês! Sem colocar em causa a necessidade deste consultor e sendo o presidente da Câmara ligado à área da Economia e Gestão e à área da Autoridade Tributária, para quê mais um no Município? Vai auferir dois mil euros por mês”, denunciou o dirigente socialista.

De bisturi na mão, Paulo Esteves seguiu em frente e continuou a dissecar o discurso de António Barbosa. “As obras que estão em curso foram lançadas pelo anterior Executivo socialista na Câmara Municipal, nomeadamente o saneamento de Merufe. Isso é sabido e não vale a pena atirar areia para os olhos das pessoas!”, continuou. O único projeto que não estava no Município, referiu, “era o do abate de árvores na Avenida das Fontes! Esse é que não era do conhecimento de ninguém!”. Em situações semelhantes, Paulo Esteves garante que “o PS teria elaborado um edital e teria informado a população”.

Outro dos principais pontos do discurso do presidente da Câmara na sexta-feira foi a transferência de verbas para as freguesias. O PSD tem vindo a reclamar sucessivamente os louros no aumento destes números. “É um presente envenenado!”, considera Paulo Esteves. “Houve um aumento de responsabilidades. Com este negócio, a Câmara delegou nas freguesias a responsabilidade da limpeza da rede viária. Ora, todos nós sabemos que não é com este aumento – em algumas circunstâncias pouco significativo – que as freguesias vão conseguir maquinaria e recursos humanos para garantir a limpeza a que as pessoas estavam habituadas”, apontou. “Isto foi um presente envenenado, onde o presidente da Câmara dá por um lado mas tira por outro! Basta perguntar às pessoas se estão satisfeitas com o que se passa neste momento em relação à limpeza das freguesias”.

 

Paulo Esteves: “[António Barbosa] será lembrado como o presidente que instituiu a derrama no concelho.”

 

Relativamente ao IRS, os socialistas consideram-no “um imposto cego”. “Só é devolvido a pessoas que faturam! O PS sempre foi apologista de uma regulação das tarifas, como água e lixo. Sempre defendemos uma política social e de apoio às famílias que de alguma forma não atingem os rendimentos que alcançam os tais famosos assessores. Esses não têm salários «miseráveis»! Esses recebem bem acima de 85% dos funcionários da Câmara”, repetiu Paulo Esteves para quem António Barbosa irá ficar para sempre conhecido como “o presidente que instituiu a derrama no concelho”. De fogo completamente cerrado sobre a direita, recordou a batalha das autárquicas. “Temos um político que em campanha eleitoral se preocupava muito com o tecido empresarial monçanense. Toma as lides da gestão autárquica e uma das primeiras coisas que faz é instituir a derrama dizendo que queria conhecer o tecido empresarial monçanense. Diz-se uma coisa e depois faz-se o contrário! Ao aplicar a derrama sobre as empresas, estamos a apelar ao desinvestimento em Monção”. Sem palavras brandas, Paulo Esteves não tem dúvidas de que António Barbosa será lembrado como “o presidente da Câmara que derramou o tecido empresarial monçanense. Coisa nunca vista até agora!”. E deixou um aviso à direita: “Não será a dois ou a um ano de eleições que, ao tirar a derrama, desaparecerá a ideia de que nunca foi ele a aplicá-la. A derrama vai ser-lhe sempre imputada!”, assegurou.

 

Paulo Esteves: “Fazemos política em Câmara! Não podemos entreter-nos a comentar posições de uma Comissão Política.”

 

No que diz respeito ao Comércio Tradicional, o dirigente socialista garante que nunca se irá opor a toda e qualquer iniciativa no sentido de apoiar os lojistas. António Barbosa orgulha-se de ter conseguido unir todo este setor. “Eu nunca me apercebi de qualquer atrito ou conflitualidade entre os comerciantes. E nem sequer sei se a Associação Comercial e Industrial dos Concelhos de Monção e Melgaço foi ouvida nesta matéria”, indagou Paulo Esteves. Já sobre os parquímetros, os socialistas lembram que sempre foram favoráveis a esta ideia mas somente como regulação do estacionamento em Monção e nunca com objetivo de angariar receita.

Questionado sobre os recados deixados pela nova presidente da concelhia do PSD, Paulo Esteves preferiu não comentar. “Fazemos política em Câmara! Não podemos entreter-nos a comentar posições políticas de uma Comissão Política”, disse. “À nova líder, Célia Rocha, desejo apenas sorte e que as coisas lhe corram bem”, concluiu.

 

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