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Paredes de Coura

Paredes de Coura: PCP admite que PS vence legislativas mas questiona solidariedade de António Costa

22 Dezembro, 2014 - 07:49

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Comunistas esperam que António Costa cumpra promessas deixadas pelo anterior líder socialista a Paredes de Coura.

O PCP de Paredes de Coura tem dúvidas sobre o espírito solidário do secretário-geral do PS. Os comunistas courenses admitem que António Costa será o vencedor das próximas eleições legislativas, mas mostram-se preocupados com as recentes palavras do líder socialista após ter sido questionado sobre quando iria visitar José Sócrates. “Hei de ir durante as férias de Natal. Com certeza que irei”, disse António Costa ao jornal Expresso. “Só me ficaria mal se não fosse”, acrescentou. Na sessão da Assembleia Municipal da passada sexta-feira, o deputado João Alves reprovou a atitude do líder socialista. “Um companheiro que está numa situação difícil, ao ouvir isto, será que quer ser visitado? É evidente que António Costa já se está a desdobrar em promessas. Parece-me muito com o que Hollande fez em França… e hoje vejam a imagem que os franceses tem de Hollande”, disse.
O deputado comunista espera por isso que António Costa cumpra com as garantias deixadas pelo anterior líder socialista a Paredes de Coura. “António José Seguro já tinha dito que, quando chegasse ao poder, iria possibilitar que as freguesias do concelho – que entretanto tinham sofrido um processo de união – pudessem regressar à forma inicial. Penso que, quando o presidente da Autarquia apoiou a escolha de António Costa, isso esteja salvaguardado”, continuou João Alves. “Penso que António Costa irá devolver-nos o nosso tribunal e possibilitar então que as pessoas de cada freguesia escolham entre esta fórmula e a fórmula inicial”, finalizou.
Da bancada do PS, a resposta veio pela voz de Rosalina Martins. A deputada destacou desde logo a atenção dada pelos outros partidos aos socialistas. “Estou espantada. Nunca pensei que os problemas e a vida interna do PS fossem motivo de preocupação para os outros partidos. Vejo que está toda a gente muito nervosa, o que significa que o PS está a fazer um bom trabalho”, considerou Rosalina Martins. “Gostava de referir que António José Seguro, na qualidade de líder do PS, veio a Paredes de Coura para uma sessão restrita de homenagem ao antigo presidente da Câmara Municipal”, lembrou.
Já no que toca às freguesias, Rosalina Martins respondeu com o cenário que se verificou na capital do país. “Lisboa foi o único concelho que fez uma reforma de freguesias completamente à margem daquilo que foi a lei que depois imperou no país. Os resultados são evidentes”, considerou. “Quanto ao tribunal, essa questão ainda não teve tempo de ser discutida. António Costa está lá há pouco mais de um mês. Ainda temos tempo para discutir todas essas questões. Certamente lembrar-se-á que António Costa foi Ministro da Justiça. E enquanto exerceu esse cargo não fechou nenhum tribunal, antes pelo contrário”, frisou a deputada socialista.

António Costa defendeu em Paredes de Coura
que “justiça deve ser feita onde os factos ocorreram”

Recorde-se que no passado mês de Agosto, durante uma visita ao recinto do Festival Vodafone, António Costa defendeu que “a justiça deve ser feita no local onde os factos ocorreram”. O antigo Ministro da Justiça mostrou-se preocupado com o encerramento do Tribunal de Paredes de Coura. Sobretudo pelo facto de que, com este fecho, os courenses ficam a mais de uma hora de distância em autocarro do tribunal mais próximo – o de Valença. “Quando fui Ministro da Justiça empenhei-me em melhorar a proximidade dos serviços de Justiça. É importante que sejam prestados o mais próximo possível das pessoas”, recordou António Costa à Vale do Minho. “É possível racionalizar o funcionamento do sistema garantindo algo que é importante para o próprio funcionamento da Justiça: que ela seja administrada no local onde os factos ocorreram. É importante para restabelecer a própria paz social que é uma das grandes funções da Justiça”, sublinhou na altura o actual secertário-geral do PS.
O Tribunal de Paredes de Coura foi um dos 20 tribunais encerrados pelo Governo. Outros 27 foram convertidos em secções de proximidade. Decisão determinada pelo diploma regulamentar da reorganização judiciária aprovado em Conselho de Ministros.

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