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Minho

Pais do Martin, ‘o guerreiro’, já abriram Centro de Tratamentos revolucionário – Veja as FOTOS

12 Setembro, 2023 - 03:35

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Brain Treatment Center.

Foi oficialmente aberto, esta segunda-feira, em Braga, um centro de tratamentos de doenças cerebrais [Brain Treatment Center]. É o primeiro do género não só em todo o País como em toda a Europa.

 

À frente do projeto estão Amaya Guterres e Paulo Fonseca, de Caminha, pais do jovem Martin que, em dezembro de 2020, sofreu um grave acidente de viação.

 

Então com apenas 12 anos, o jovem sofreu uma reviravolta na vida. Os pais também.

 

De então para cá, entre vários tratamentos efetuados, o pequeno Martin vem melhorando. Valeu-lhe a alcunha de o guerreiro.

 

Em dezembro do ano passado, os pais levaram a criança ao Panamá para experimentar uma outra solução. Os resultados, segundo contou a mãe à Rádio Vale do Minho, foram extraordinários.

 

“Aquilo que eu lá vi e aquilo que eu vi no Martin quando regressamos foi tão maravilhoso que achei que não fazia sentido isto não existir cá, em Portugal”, disse Amaya Guterres.

 

Foi o suficiente para esta mãe começar a sonhar mais. A ambicionar mais. A lutar mais. Agora não só pelo seu filho, como também por outras crianças que padecem de problemas neurológicos. Teve desde logo, como é evidente, o apoio incondicional de Paulo.

 

A determinação destes pais foi de tal ordem que, em apenas oito meses, conseguiram erguer um espaço que promete ser revolucionário para crianças, jovens e até mesmo adultos que sofram daquele tipo de patologias.

 

 

 

“Aquilo que eu lá vi e aquilo que eu vi no Martin quando regressamos foi tão maravilhoso que achei que não fazia sentido isto não existir cá, em Portugal”

[Fotografia: Cedida à Rádio Vale do Minho]

 

 

 

 

O que é que este centro tem de tão especial?

É sobretudo direcionado a crianças que sofrem de patologias cerebrais. Entre estas, exemplificou Amaya, o autismo.

 

“Tudo começa com um estudo sobre a forma como a criança se alimenta”, aponta.

 

Assente neste estudo, a criança segue depois para uma máquina de eletroestimulação magnética, dentro do chamada investigação MeRT (Magnetic Ressonance Therapy). Um tratamento que direciona pulsos de energia magnética recorrentes em regiões específicas do cérebro envolvidas no controle do humor.

 

“Não é nada invasivo. É indolor. Praticamente não tem contraindicações. É elaborado de forma objetiva e específica para cada paciente. Ou seja, primeiramente é feito um eletroencefalograma quantitativo (qEEG) e um eletrocardiograma (ECG). Com base no resultado, a nossa médica irá elaborar o tratamento em conjunto com outra equipa clínica que temos nos Estados Unidos da América”, prosseguiu Amaya Guterres.

 

Definido o plano de tratamento, o paciente passa então a usufruir do MeRT.

 

“Essa máquina emite ondas magnéticas, provocando estimulação cerebral. Isto durante 20 sessões. No entanto, de 10 em 10 sessões é sempre feito um qEEG. Isto para que a equipe clínica possa inteirar-se se houve progressos ou não e se é necessário alterar o tratamento”, explicou.

 

Mas não é tudo.

 

Neste centro, a criança passa também pelo chamado ginásio. É aqui que estão as valências da terapia da fala, da terapia ocupacional e da fisioterapia “para colocar em prática todos os ganhos adquiridos” com o tratamento MeRT.

 

 

 

Máquina de eletroestimulação magnética, do tratamento MeRT

[Fotografia: Cedida à Rádio Vale do Minho]

 

 

 

Seis pessoas dispostas a surpreender

No total este novo Centro é composto por seis pessoas, entre técnicos, médicas e enfermeiras. O trabalho já começou.

 

“Já estamos a trabalhar com crianças na parte da reabilitação… fisioterapia, terapia da fala e terapia ocupacional. Dado que estamos ainda em fase de arranque, estamos nesta altura a fazer qEEG’s a crianças de forma gratuita”, revelou a responsável.

 

“É o qEEG que faz o mapeamento e que nos vai dizer como está o cérebro da criança”, recordou. “No entanto isto também serve para adultos! Também atendemos adolescentes e adultos na tecnologia MeRT”, adiantou.

 

 

 

 

[Fotografia: Cedida à Rádio Vale do Minho]

 

 

 

 

“O tempo vai dar-me razão quando começarmos a mostrar resultados!”

Sorridente, Amaya Guterres acredita firmemente no êxito que este espaço vai ter junto de crianças, jovens e adultos que padecem das mais variadas patologias cerebrais.

 

“A Europa continua a ser um tabu em reabilitação que não seja convencional. O tempo vai dar-me razão quando começarmos a mostrar resultados!”, assegurou Amaya à Rádio Vale do Minho.

 

“As pessoas vão começar a aperceber-se do que isto é e as pessoas vão ver até onde é possível chegar com estes tratamentos”, garantiu a mãe do Martin que, recorda, “quando ele saiu do hospital, o prognóstico evolutivo dos médicos era muito pessimista”.

 

Só que o extraordinário aconteceu.

 

“Passamos de um estado semicomatoso para um estado comunicativo… à maneira dele!”, sublinha. “Não fala, mas as pessoas percebem imediatamente o que ele quer dizer com o olhar. Isso para mim já é uma vitória muito grande!”, refere.

 

 

 

“A Europa continua a ser um tabu em reabilitação que não seja convencional”

[Fotografia: Cedida à Rádio Vale do Minho]

 

 

 

 

Veja a galeria de fotos da abertura [cedidas à Rádio Vale do Minho]

 

 

 

É um tratamento caro?

Perante a nossa questão, Amaya fez uma pausa e colocou a matéria em perspetiva.

 

“Tudo o que não entra no Sistema Nacional de Saúde, é caro. Agora pense… se tivesse de ir fazer este tratamento ao Panamá, iria sair-lhe 10 ou mais vezes mais caro”, enfatizou. “Há muita gente que vai lá fora fazer estes tratamentos porque não tem acesso a eles cá”.

 

Na internet, este novo Centro de Tratamentos pode ser encontrado AQUI [clique para abrir]. Nas redes sociais, AQUI [clique para abrir].

 

Este novo espaço, conforme referimos, está em Braga. Na Rua Padre Armando Lira, freguesia de Maximinos.

 

Uma rua cujo nome é de um sacerdote que teve aquela paróquia a seu cargo durante várias décadas.

 

O Padre Armando Lira, tal como Amaya e Paulo, também era do Alto Minho. Era de Monção.

 

 

 

[Fotografias capa: Cedidas à Rádio Vale do Minho]

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