Os encarregados de educação dos alunos do centro Escolar de Valença estão indignados com a permanência das autoridades policiais junto do estabelecimento, não com o intuito de organizar o tráfego, mas numa “verdadeira caça à multa”.
Desde o início deste ano lectivo, já são vários os pais que foram multados em 25 ou 60 euros por pararem junto ao portão da escola, para deixar os seus filhos.
Frisando que não é uma situação pontual, Cláudia Labrujó, representante dos pais, apresentou esta situação à Assembleia Municipal “num ato de boa-fé”, com o objectivo de resolver este problema internamente.
Esta mãe diz que não estão ser salvaguardados os direitos dos cidadãos, e fala em “abuso de poder” por parte das autoridades”.
Cláudia Labrujó diz que, perante a “ironia” com que a assembleia tratou este assunto, vai avançar com um pedido de esclarecimentos ao Provedor de Justiça.
Explica que as multas que os agentes da GNR estão a passar são “ilegais”, dado que a linha contínua e os sinais verticais ali colocados pela câmara municipal não estão homologados e nem sequer passaram pela aprovação da assembleia municipal.
Os encarregados de educação chegam mesmo a apresentar algumas soluções, nomeadamente a implementação de sentidos únicos, e uma reestruturação do trânsito na zona escolar. Lamentam ainda a falta de estacionamento para pessoas com deficiência.
Sublinhado o impacto psicológico que estes casos têm nas crianças, “ao pensarem que os pais vão presos”, o presidente da Associação de Pais já reuniu com o comando da GNR, mas esta força policial diz que vai manter a fiscalização ao estacionamento.
Em resposta, o presidente da Câmara de Valença começa por alertar os pais pelo fato de estarem a pôr em causa algumas normas básicas de trânsito.
Jorge Mendes diz ter conhecimento de que os fortes constrangimentos de trânsito não são um problema exclusivo do Centro Escolar de Valença. O autarca reconhece que alertou a GNR para a necessidade de “alguma intervenção pedagógica naquele espaço”, mas descarta responsabilidades no modo de atuação dos agentes.
Possíveis soluções para o local estão a ser estudadas, e podem sair da reunião que o executivo, representares de pais e GNR tem agendada para esta sexta-feira.
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