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Paredes de Coura

P.Coura: Assembleia Municipal aprova Orçamento com PSD «ligado à máquina»

17 Dezembro, 2016 - 01:13

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Cinco deputados votaram favoravelmente. Crise agudiza-se após saída de Helena Ramos da concelhia.

Sozinhos. Desorientados. Silenciosos. Os deputados municipais do PSD na Assembleia de Paredes de Coura terão vivido esta sexta-feira uma das piores noites políticas da sua vida. Sem líder de bancada, sem porta-voz substituto e sem qualquer vereador presente, os sociais-democratas subiram o pano sobre a crise profunda em que o partido realmente se encontra.
Os presidentes de junta eleitos pelo PSD viram-se no centro de um episódio insólito que ganhou contornos ainda mais carregados, dado que se tratou de uma sessão onde foi votado o Orçamento Municipal para o próximo ano. Um episódio que acontece também poucos dias após a vereadora Helena Ramos ter anunciado a demissão dos orgãos dirigentes do PSD courense por discordar da “linha de orientação” seguida pela concelhia. Ironicamente, a orientação foi um dos sintomas mais claros demonstrados pela direita durante a sessão. Ou melhor, a falta dela. Na votação do documento, dois autarcas abstiveram-se. Cinco votaram… a favor.
Mais uma vez em noite fácil, o PS fez o que quis e teve todo o tempo para «desfilar» entre a ruína social-democrata. “Este é um Orçamento estratégico, que pensa num modelo alternativo de desenvolvimento. Não é um puzzle contabilístico em que tudo bate certo”, considerou o presidente da Câmara, Vítor Paulo Pereira. “É feito de criatividade, de coragem, de emprego, onde sentimos a vida, a cultura, a educação e um futuro novo. Só com muito trabalho, com planeamento, com muito amor por Paredes de Coura, com coragem e estratégia é que se chega mais longe”, continuou o edil socialista. “Copiar modelos ultrapassados, com propostas da moda e com discursos fatalistas não vamos a lado nenhum! Só consegue resultados quem acredita e trabalha muito. Continuaremos a trabalhar com muito empenho com a ajuda dos nossos funcionários e dos courenses em geral. Porque Paredes de Coura merece!”, finalizou.

PCP ainda criticou mas socialistas mostram «pneus de chuva»

Com uma direita em calvário e sem nada para dizer, as críticas ao documento surgiram do lado do PCP. Pela voz de João Alves, os comunistas reconheceram “o trabalho e o esforço” do executivo socialista. “Mas há uma forte dependência dos fundos estruturais e nós não sabemos se a União Europeia, como nós a conhecemos, vai ser eterna”, alertou o deputado. “Há também uma exiguidade de receitas. Esse aumento de receitas foi conseguido através de poupanças mas também com um forte aumento na cobrança de impostos. Essa opção contraria aquilo que é uma equipa socialista”. O deputado comunista lamentou ainda a fraqueza visível nos partidos da oposição courense, mas considerou que uma das principais razões está no facto da fuga de talentos para outros pontos do país. Seja para estudar ou trabalhar.
Sem a porta-voz Rosalina Martins, o bólide socialista fez nova demonstração de potência. Bastou apenas mudar para «pneus de chuva». Manuel Miranda, histórico socialista do concelho, tomou as rédeas da bancada e deu a réplica em tom taxativo. “Se a oposição tem diminuído, é porque o PS trabalha bem”, disse.
Miranda apontou depois fogo cerrado à direita e à esquerda. “Lamento a ausência, quase sempre, da oposição nos vários eventos em Paredes de Coura organizados por este executivo. O povo de Paredes de Coura merecia uma melhor representação por parte dos seus eleitos. Espero que esta situação venha a melhorar, porque há momentos excecionais que têm decorrido no nosso concelho, como o «Realizar: Poesia»”, exemplificou. “Espero uma maior participação. Não faz mal reconhecer e acompanhar aquilo que se faz bem. E esta Câmara tem feito muitas coisas bem e, sobretudo, com pouco dinheiro”, concluiu.
Na votação do Orçamento Municipal para 2017, com um valor global de 13,4 milhões de euros, o PS votou favoravelmente. Do lado do PSD, duas abstenções e cinco votos favoráveis. Já a CDU optou pela abstenção.

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