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Ponte da Barca

P. Barca: O dia em que a Virgem terá aparecido no Barral – Foi há 104 anos

11 Maio, 2021 - 18:51

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PUB Corria o dia 10 de maio de 1917. Ponte da Barca era uma vila eminentemente rural, como tantas outras. Apresentava pouco mais de 13 mil habitantes. Para os lados […]

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Corria o dia 10 de maio de 1917. Ponte da Barca era uma vila eminentemente rural, como tantas outras. Apresentava pouco mais de 13 mil habitantes.

Para os lados do Barral, conta-se que na freguesia de S. João Batista de Vila Chã, o pequeno Severino, com 10 anos de idade, subia o monte com as ovelhas tal como já o vinha fazendo todos os dias cumprindo a vontade dos seus pais. Eram oito horas da manhã e o pequeno caminhava a rezar o terço.

Subitamente, diz a história, encontrou uma Senhora sentada, com as mãos postas, tendo o dedo maior da mão direita destacado, em determinada direção. Em poucos segundos, a visão desapareceu.

Severino contou o que tinha visto ao pároco da localidade. Pouco convencido, o sacerdote recomendou-o a voltar ao mesmo lugar no dia seguinte pedindo à visão que o informasse quem era. O pequeno pastor assim fez. No dia 11 de maio, à mesma hora, voltou a encontrar no mesmo local a Senhora. 

“Quem falou ontem fale hoje”, disse a criança. “Não te assustes. Sou Eu menino”, respondeu a Aparição. “Diz aos pastores do monte que rezem sempre o terço, e que os homens e mulheres cantem a Estrela do Céu. E as Mães que têm filhos lá fora, que rezem o terço, cantem a Estrela do Céu e se apeguem comigo, que hei-de acudir ao Mundo e aplacar a guerra”.

“Sim, Senhora”, respondeu o pequeno pastor. “Que gomos tão lindos, que cachos tão bonitos!”, disse ainda a Senhora.

Mal o pastorinho tinha olhado para a ramada, voltando a cabeça, já a Visão tinha desaparecido. O privilegiado vidente foi imediatamente avisar do acontecido às mães dos filhos da localidade que estavam no exército. A comoção do pequeno teria sido tamanha que depois destes factos, nunca mais quis voltar sozinho ao sítio da Aparição.

Às perguntas feitas, o rapazinho respondia sempre da mesma forma. “Se quiserem acreditar, que acreditem, se não quiserem que não acreditem. Eu fiz a minha obrigação, avisando como me mandaram”.

 

 

Surgem notícias muito antes das primeiras sobre as aparições de Fátima

 

 

Previsivelmente, a história começou a circular entre o povo. A 9 de junho de 1917, o jornal portuense A Ordem foi o primeiro a noticiar os factos ocorridos nesta localidade. Pouco mais de uma semana depois, o jornal bracarense Echos do Minho também se debruça sobre esta matéria. E tudo isto muito antes de serem publicadas as primeiras notícias sobre as aparições de Fátima.

Após uma elevada afluência de peregrinos, apenas 50 anos depois da Aparição foi autorizada a colocação de uma imagem num nicho – no local das duas aparições. É ainda por esta altura, década de 1960, que é realizada um comunicado sobre as “Aparições do Barral”, o qual é levado ao Congresso Mariano Internacional, por ocasião do Cinquentenário das Aparições de Fátima.

Com os episódios ocorridos em Fátima, a história do Barral perdeu mediatismo. A imprensa desligou completamente da história e focou-se nas três crianças que diziam ter visto a Virgem na Cova da Iria.

Passados 104 anos, o Barral tem hoje um santuário dedicado à Senhora da Paz, com uma capela das aparições, um museu com biblioteca, uma cripta, onde se encontra o local de aparição indicado pelo pequeno Severino, com uma pedra de quartzo de três toneladas, uma das maiores deste género expostas em estado bruto.

 

Santuário de Nossa Senhora da Paz, no Barral, em Ponte da Barca [Fotos: DR]

 

Primeira página do jornal A Ordem, em azulejo, a dar conta da aparição [Foto: Fernando André Silva / Semanário V]

 

[Fotografia de capa: DR]

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