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Monção

Novo líder do PS avisa Barbosa: “A fase do encanto já se desvaneceu! Arregace as mangas!”

8 Abril, 2018 - 10:02

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Várias dezenas de militantes e simpatizantes do PS Monção marcaram presença este sábado, no Hotel das Termas, para saudar o novo presidente da Comissão Política Concelhia, Paulo Esteves. Um jantar […]

Várias dezenas de militantes e simpatizantes do PS Monção marcaram presença este sábado, no Hotel das Termas, para saudar o novo presidente da Comissão Política Concelhia, Paulo Esteves. Um jantar onde também estiveram vários rostos de proa do partido ao nível distrital, entre eles o presidente da Câmara de Melgaço, Manoel Batista, e o presidente da Federação do PS Alto Minho, Miguel Alves. E foi este último, na hora dos discursos, que iniciou o grito de guerra dos socialistas em Monção. Deixou fortes palavras de alento, tendo em conta os próximos desafios que chegam já no próximo ano: eleições europeias e eleições legislativas. No entanto, as autárquicas de 2021 estão também já na mira dos socialistas. Passados estes meses após o sufrágio de outubro, Miguel Alves lembrou que agora é tempo de trabalhar e construir uma alternativa forte. O dirigente socialista abriu os canhões e apontou à direita. “Quero aqui dizer, que é precisamente nestes momentos mais complicados onde se vê a fibra dos socialistas. Espero que possam fazer um bom trabalho para que daqui a quatro anos reconquistar a Câmara de Monção que foi, durante estes 20 anos, sinal de qualidade, de assertividade e de modernidade para Monção graças ao trabalho do PS”, disse.

De olhos postos em 2021, Miguel Alves lembrou que nesse ano os eleitores vão ter a oportunidade de comparar. “Quando chegar a hora de avaliar o nosso trabalho em comparação com o trabalho de outros, vamos ter naturalmente de fazer o discurso sobre o futuro e sobre o que queremos”, disse. “Mas vamos também poder recordar obra a obra e freguesia a freguesia, o que era Monção antes do PS chegar ao poder e o que era no momento em que entregámos àqueles que foram democraticamente eleitos”, continuou Miguel Alves.

 

Miguel Alves: “[Augusto Domingues] foi presidente da Câmara durante um tempo muito difícil. Em minoria e alvo de constantes ataques por parte da oposição.”

 

O tom crítico aumentava de volume. O presidente da Federação do PS passou então a enaltecer um dos principais ausentes do evento, por motivos de agenda pessoal: Augusto Domingues. “Foi presidente da Câmara durante um tempo muito difícil. Em minoria e alvo de constantes ataques por parte da oposição. Foi sempre acossado por aquela circunstância de termos ganho apenas por três votos em 2013 e mesmo assim deu sempre a cara”, elogiou Miguel Alves que – também presidente da Câmara de Caminha – sacou um exemplo do bolso. “Sei do que falo! Venho de um concelho onde aqueles que foram presidentes de Câmara e perderam as eleições optaram por demitir-se. Pegaram na confiança e nos votos dos munícipes e deitaram-nos ao lixo”, prosseguiu. “Mas o Augusto [Domingues] não fez isso! Era mais fácil para ele ir para casa e cuidar dos seus netos. Mas não fez isso! O Augusto permanece aí! Está a fazer o seu trabalho mas, sobretudo foi um grande presidente de Câmara e é tempo de dizermos isso!”, exclamou Miguel Alves perante a sala que o ouvia de forma extremamente atenta. “Estamos magoados com um resultado menos bom, mas o PS ganhou mais votos! O PS fez o trabalho que tinha de fazer! E o Augusto, enquanto esteve à frente da Câmara, foi um grande presidente da Câmara! E o PS tem de orgulhar-se do trabalho do Augusto!”. A sala explodiu num estrondoso aplauso. Longo. Como se num momento a batalha autárquica estivesse já ali, ao virar da esquina.

Mas a noite era de Paulo Esteves. Foi o último a discursar. Foi chamado ao palco e, em verdadeiro espírito de comício, foi aplaudido efusivamente. Dezenas e dezenas de militantes a depositar a confiança num homem que nos últimos quatro anos assumiu os pelouros da Cultura e da Ação Social na Câmara de Monção. O PS mostrava que estava vivo. Da derrota eleitoral de 2017 parecia restar apenas a cicatriz. Sempre caracterizado pelo seu pronto sorriso, Paulo Esteves optou desta vez por enfrentar os militantes de forma séria. Com o PSD há seis meses no poder, o novo líder da concelhia não perdeu a oportunidade para puxar o gatilho. “Acredito no valor do trabalho. Acredito que juntos somos mais fortes! Durante 20 anos, o PS teve um papel fulcral e central no desenvolvimento do nosso concelho. Esse legado tem de ser defendido, continuado e até melhorado. Não pode é por vezes ser atacado de uma forma primária, por vezes fútil, por pessoas que nada provaram ainda!”, disparou Paulo Esteves. Longa ovação para o novo líder da concelhia.

 

Paulo Esteves: “O PS é um partido de obras… não é um partido de flores, pelos vistos de plástico.”

 

Mostrando que o PS continua a frequentar o ginásio, Paulo Esteves insistia no músculo socialista para fazer frente à direita monçanense. Prometeu “uma oposição firme, determinada e colaborante”. O líder da concelhia subiu de tom e alertou para a necessidade de “preservar um compromisso com o eleitorado”. Carregou no acelerador e apontou novamente à direita. “As próximas reuniões de Câmara serão preparadas como se estivéssemos a governar o Município. Temos de ser conscientes no que fazemos! O PS em Monção não é socialista em cosmética! Não socialista na política do faz de conta… ao que estamos habituados e nem é uma Comissão de Festas”, atirou. “O PS é um partido que continua mobilizado! Não tem receio do seu passado! É um partido de obras… não é um partido de flores, pelos vistos de plástico”, ironizou Paulo Esteves. O público respondeu com enorme gargalhada. Mais um longo aplauso para o novo líder socialista.

A fechar, Paulo Esteves colocou os olhos no horizonte da sala. Como se todo o PSD de Monção ali estivesse de repente. E deixou o aviso a António Barbosa. “A fase do encanto… a fase do namoro… a fase do imaginário já se desvaneceu! Arregace as mangas porque vai ter um partido mobilizado e um partido exigente!”, disse. “Vamos ao trabalho! Vamos à luta e é assim que o PS tem de ser!”, concluiu Paulo Esteves novamente saudado com uma imensidão de palmas que ecoavam em todo a sala.

 

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