Os líderes da Galiza e da região Norte de Portugal assumiram hoje um compromisso blindado das duas regiões para ter o comboio de alta velocidade em 2032, sem “nenhuma desculpa” para atrasos dos governos centrais.
“Aqui mesmo ao lado está a ponte centenária internacional. Uma das estruturas rodoviárias e ferroviárias mais antigas da Península Ibérica. Valença é pois o palco ideal para esta declaração conjunta no sentido de dar prioridade à ligação de alta velocidade Lisboa/Porto/Vigo”, defendeu a Vice-Presidente da Câmara de Valença, Ana Paula Xavier.
“É uma prioridade óbvia!”, exclamou.
“Estamos em pleno centro da eurorregião Galiza/Norte de Portugal. Um território com cerca de 6,4 milhões de habitantes que concentra cerca de 1,3 milhões de trabalhadores transfronteiriços”, apontou.
É também, recordou Ana Paula Xavier, “a fronteira terrestre com maior circulação de pessoas e mercadorias em toda a Península Ibérica”.
Ana Paula Xavier, Vice-Presidente da Câmara de Valença
[Fotografia: Rádio Vale do Minho]
“É fundamental que os Governos de Portugal e Espanha conheçam esta especificidade e tragam avanços definitivos na priorização da ligação de Alta Velocidade entre Porto e Vigo, com paragem em Valença”, destacou ainda a autarca.
O Presidente da Junta da Galiza, Alfonso Rueda, marcou presença nesta cerimónia.
“Este é um objetivo estratégico para o território, e portanto não há nenhuma desculpa para qualquer atraso nem qualquer dúvida. Acreditamos que esta vez tem de ser a definitiva”, disse aos jornalistas, após assinar uma declaração conjunta com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte de Portugal (CCDR-N), em Valença.
Alfonso Rueda, Presidente da Junta da Galiza esta manhã, em Valença
[Fotografia: Rádio Vale do Minho]
A CCDR-N e a Xunta da Galiza salientam que os estudos realizados sobre a ligação ferroviária em alta velocidade demonstram “dados incontestáveis” quanto ao seu potencial de utilização e rentabilidade, exigindo um orçamento, um calendário realista para as concretizar dentro dos prazos previstos e “um programa completo de ações, investimentos e etapas para a ligação com prioridade para a saída sul de Vigo”.
Segundo Alfonso Rueda, a assinatura da declaração “é um pouco uma rede de segurança para que não haja marcha atrás” e uma forma de vincar que “não se pode perder nenhum minuto de tempo” no projeto.
“É um prazo difícil de cumprir”, reconheceu, dizendo que “se não começa já o movimento, isso [cumprir o prazo de 2032] vai ser impossível”. “Estou desconfiado mas desejo reconhecer que desta vez as coisas se vão fazer”, acrescentou.
[Fotografia: Rádio Vale do Minho]
A ligação do Porto a Vigo, na Galiza, que está a ser desenvolvida paralelamente à linha de alta velocidade entre Porto e Lisboa, contempla estações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Braga, Ponte de Lima e Valença (distrito de Viana do Castelo).
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