Os professores são cada vez mais sobrecarregados no seu trabalho, mal remunerados e desvalorizados. Estas são as principais conclusões do relatório de 2021 da Education Internacional (EI) sobre A Situação Global dos Professores e da Profissão Docente, avança o Sapo.pt.
Em comunicado, citado por aquele portal, a Federação Nacional da Educação (FNE), que cita o documento – baseado em dados de 128 líderes sindicais em 94 países – revela que apesar de os professores serem globalmente mais valorizados após o encerramento de escolas fruto da Covid-19, “essa consciencialização não gerou melhorias estruturais”.
“O encerramento de escolas em todo o mundo, aumentou a valorização dos professores e do trabalho que realizam com os seus alunos, por parte da sociedade, mas essa consciencialização não gerou melhorias estruturais, como mais investimentos, mais apoios e melhores condições de trabalho para os educadores e docentes”, lê-se.
O relatório da EI destaca que mais de 43% dos inquiridos afirmou considerar que os salários dos professores são muito baixos, as condições estão a deteriorar-se e a infraestrutura para apoiar o ensino e a aprendizagem não é uma prioridade para o investimento dos governos.
Há ainda cerca de 55% dos entrevistados que disseram que o volume de trabalho era incontrolável e 66% que assumiram que os requisitos “administrativos” estavam a contribuir para as pressões excessivas da carga de trabalho para os profissionais da educação.
Adicionalmente, para 48% dos entrevistados a profissão docente não é uma profissão atrativa para os jovens e o abandono da profissão foi relatado como um problema em todos os níveis académicos, revela o documento.
Destacam-se ainda 60% dos inquiridos que apontaram a prática do uso de contratos casuais e de curto prazo para empregar professores e académicos, um sinal do aumento da precaridade.
[Fotografia: Ilustrativa/DR]
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