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Monção

Monção/Orçamento: CDS ainda provocou calafrios mas PSD «abriu a cancela»

30 Novembro, 2016 - 20:18

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Documento foi aprovado com três votos favoráveis do PS. O vereador pelo CDS-PP votou contra. A vereação do PSD absteve-se.

O Executivo Municipal de Monção aprovou esta segunda-feira, em reunião de Câmara, o Orçamento Municipal para o próximo ano. No total, o documento representa um investimento de 18,1 milhões de euros. O presidente da Câmara começou desde logo por destacar um orçamento “com equilíbrio e com rigor”. Um documento, referiu Augusto Domingues “com princípios de equilíbrio visíveis, até na poupança corrente. É um orçamento que prepara a nossa comunidade para o Quadro Comunitário”. Entre os valores previstos, Augusto Domingues deu destaque à transferência de verbas para as freguesias que vai manter-se em 1,5 milhão de euros. “Tenho visitado todas elas e tenho visto por lá muito trabalho e boa utilização deste dinheiro. Há freguesias a fazer um excelente trabalho com as parcas verbas que lhes damos. Têm tido resultados fantásticos com esta estratégia que montámos”, considerou o edil socialista numa breve análise ao documento.

CDS-PP mostra «cartão vermelho»… por 100 mil euros

Perante uma plateia expectante e com o cenário de gestão corrente ocorrido no ano passado ainda na retina, o vereador do CDS-PP entrou de fogo cerrado sobre o orçamento. “Os nossos pedidos pouco ou nada foram atendidos na maior parte dos casos”, lamentou José Luís Alves, que tinha proposto 400 mil euros como verba a ser transferida para as associações. “Atendendo a que a Câmara apresenta um orçamento [com um valor] maior relativamente ao ano passado, não há nenhum incremento de verbas nem na parte das associações [300 mil euros] nem na parte das Juntas de Freguesia [1,5 milhão de euros]”. Taxativo, o autarca centrista anunciou de imediato o chumbo ao documento. Na resposta ao CDS-PP, o presidente da Câmara lamentou a decisão do vereador “por apenas 100 mil euros”.
Do lado do PSD, a lista de críticas foi bem mais extensa. Pela voz do vereador João Garrido, os sociais-democratas debruçaram-se sobre um orçamento “contido e que se esperava mais ambicioso”. O autarca «laranja» lamentou desde logo pouca vontade do Município em criar riqueza “e ela constrói-se desde que haja emprego”. “A Câmara deveria ter dado atenção a medidas para a criação de emprego qualificado, nomeadamente pensando nos jovens que acabam de licenciar-se e que não encontram nas redondezas empresas que permitam exercer emprego mais qualificado”, defendeu.
Entre outros apontamentos, João Garrido alertou para a inexistência de qualquer referência a Monção como Vila Termal e Berço do Alvarinho no orçamento apresentado. “A questão do termalismo nem sequer consta neste plano de atividades”, realçou o vereador que lamentou também a escassa promoção feita ao enoturismo. “Foi criado o Museu do Alvarinho, mas ele está ali quase que escondido. Parece que temos vergonha de afirmar que Monção é uma terra de vinhos”, atirou João Garrido.
Do lado do PS, o presidente da Câmara foi recordando a João Garrido os números do Museu do Alvarinho, que já ultrapassou os 15 mil visitantes em menos de dois anos. “Só este ano já investimos mais de 300 mil euros no Alvarinho!”, exclamou Augusto Domingues.

António Barbosa: “Monção perde 200 pessoas por ano!”

O líder do PSD também não poupou nas críticas ao Orçamento apresentado pela gestão socialista. Durante a análise ao documento, António Barbosa acabou por fazer um balanço do Executivo liderado por Augusto Domingues. Ao olhar para trás, o PSD traça um cenário desolador onde prolifera sobretudo o desemprego entre os jovens. Em jeito de consequência direta, os sociais-democratas lamentam “a diminuição da população, a desertificação das freguesias e a falta de apoio às empresas”. “Monção perde 200 pessoas por ano!”, alertou António Barbosa.
Sem palavras brandas, o líder social-democrata lamentou um orçamento que “tem tido diminuições brutais” nos últimos três anos e “um concelho que não consegue gerar receitas próprias”. Três anos em que, para o PSD, não houve regeneração urbana. Não houve estruturação da marca Monção e “ao fim de três anos muita gente ainda nem sabe o que isto é”, continuou António Barbosa.
Entre outros pontos, o vereador realçou sobretudo o Gabinete de Apoio ao Empreendedorismo que “não passou da transferência de um funcionário do Centro de Emprego para a Câmara Municipal de Monção”. Nos apoios dados às empresas, a avaliação do PSD foi, por isso, bastante negativa.
À esquerda, o presidente da Câmara discordou totalmente com a visão do líder «laranja». Augusto Domingues começou por lembrar os dados publicados no Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2015. De acordo com a publicação, Monção é o segundo município da região do Minho, distritos de Viana do Castelo e Braga, com maior equilíbrio orçamental, sendo apenas superado por Viana do Castelo. No ranking geral, Monção ocupa a 26ª posição entre todos os municípios portugueses e a 9ª posição nos municípios de pequena dimensão (até 20 mil habitantes). “Deve ser um bocado difícil falar sobre o nosso rigor”, disse o autarca socialista olhos nos olhos com o PSD. “Não cobramos derrama às empresas e não as ajudamos?”, questionou Augusto Domingues. “A oposição não reconhece que somos um concelho barato”, concluiu.
Na votação, o Orçamento Municipal para 2017 foi aprovado com três votos favoráveis do PS. O vereador pelo CDS-PP votou contra. A vereação do PSD absteve-se. O documento segue agora para Assembleia Municipal, a ter lugar no próximo dia 16 de dezembro.

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