Monção/Educação: PS alerta para regresso da instabilidade ao Agrupamento de Escolas

O grupo parlamentar do PS Monção alertou, em sessão da Assembleia Municipal, para a possibilidade dos problemas no Agrupamento de Escolas de Monção não estarem totalmente resolvidos. O novo diretor daquele Agrupamento tomou posse no passado mês de outubro. No entanto, pela voz do deputado José Monteiro Alves, os socialistas avisam que a instabilidade na Educação do concelho pode ainda não ter tido o “ponto final”, anunciado pelo PSD local nesse mesmo mês. “A verdade dos factos é que existia um processo de contencioso eleitoral a decorrer no Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Braga. E por isso, ninguém de boa fé poderia dizer que o problema estava resolvido ou que a instabilidade estava terminada. Mas foi isso que fizeram”, disse o deputado socialista. De baterias apontadas ao PSD, José Monteiro Alves considerou que “tentaram retirar dividendos políticos, até porque existiam eleições legislativas. Era preciso passar a mensagem de que tinham sido os ‘salvadores da coisa'”.
“Acontece que na semana passada, houve uma decisão do TAF que anulou a eleição do presidente do Conselho Geral Transitório do Agrupamento e dos atos pré-eleitorais conexos”, revelou. “Significa na prática que todo o processo que conduziu à eleição do Diretor é nulo”, explicou. O deputado socialista não poupou ainda os deputados que, na Assembleia Municipal do passado mês de setembro, votaram favoravelmente à retirada da ordem de trabalhos do ponto que conduziria a uma tomada de posição por parte do Município sobre a situação no Agrupamento de Escolas. “Lamento dizê-lo, mas foram enganados! O que se dizia resolvido, não estava”, atirou.
De olhos postos no Governo, José Monteiro Alves acredita que o novo Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, “está ao corrente do processo atribulado do Agrupamento de Escolas de Monção e não deixará de atuar como todos esperamos”. Os socialistas estão confiantes de que o cientista courense “poderá fazer aquilo que outros poderiam ter feito e não fizeram”. O discurso do deputado socialista não suscitou quaisquer reações por parte das restantes forças políticas.
Na sua intervenção, o presidente da Câmara de Monção sublinhou desde logo a vontade de não querer partidarizar o assunto. “Alguém quer destruir o nosso sistema educativo e nós não podemos deixar. Isto não vai voltar à ‘estaca zero’ porque a população está revoltada”, disse o edil socialista. “O sistema educativo já estava tranquilo. Já havia paz. Havia um feedback de equilibrio. Porque é que voltámos ao mesmo? Porque é que há gente que insiste nesse contencioso estúpido?”, lamentou Augusto Domingues. “A população não vai permitir e eu, como representante da população, também não o vou permitir”, garantiu o presidente da Câmara que faz já intenções de reunir-se durante o próximo mês de janeiro com o Ministro da Educação. “Nós não podemos, de maneira nenhuma, deixar que o nosso sistema continue a ser torturado. Isso pode tornar-se irreversível! Ainda estamos a tempo de salvar o sistema educativo e torná-lo equilibrado”, finalizou.
Recorde-se que Sérgio Gonçalves tomou posse como Diretor do Agrupamento no passado mês de outubro. Uma cerimónia que aconteceu três meses depois de ter sido reeleito Diretor do Agrupamento de Escolas de Monção. O vencedor obteve 13 votos, entre os 21 membros do Conselho Geral Transitório. Foi a terceira votação nos últimos anos sempre favoráveis a Sérgio Gonçalves, apesar das duas anteriores terem registado apenas triunfos por um voto de diferença, não tendo sido homologadas por decisões judiciais.