PUBLICIDADE
3
AVANÇAR

Menu

+

0

0

Monção

Monção: São Jorge sentiu ‘nervoso miudinho’ antes de enfrentar a Coca

8 Junho, 2015 - 07:42

174

0

A rádio Vale do Minho esteve à conversa com o cavaleiro Paulo Barros nos momentos que antecederam o combate que terminou em tempo recorde.

Ainda a procissão do Corpo de Deus não tinha saído e já Paulo Barros passeava o cavalo junto à Igreja Matriz de Monção. Com vista para o rio Minho, ia ensaiando uns passos com o animal. De olhar pensativo, o cavaleiro denunciava a léguas de distância a responsabilidade que lhe tinha caído nos ombros: vencer a Coca. “Estou um bocadinho nervoso. É a primeira vez que faço isto”, admitiu à conversa com a rádio Vale do Minho. “Já estive várias vezes a empurrar a Coca, mas neste lugar tudo é diferente”, desabafou Paulo Barros, cantoneiro de profissão.
Respeitámos a meditação de ‘São Jorge’. Apenas a permissão para umas fotografias da praxe. O cavaleiro acedeu. De pose em pose e de ‘selfie’ em ‘selfie’ com as crianças que se aproximavam, Paulo Barros permanecia compenetrado no manto encarnado que o elevava à divindade. Um tecido leve e que, ao mesmo tempo, parecia ter o peso das muralhas de uma vila secular.
O calor apertava e o cavaleiro permanecia em silêncio. Mostrava a consciência de que podia tudo correr bem. Ou não. Ainda há dias a rádio Vale do Minho tinha alertado para a possibilidade da Coca vencer. O vereador Paulo Esteves deixou na altura o testemunho de um desses momentos presenciados nos tempos de criança. “Lembro-me de um combate em que o cavalo se assustou com a Coca. O animal galgou a parte onde o público estava sentado. A Coca pode mesmo ganhar e isso é um facto. Nunca desejo isso porque, quando acontece, os presságios são de mau ano agrícola e de miséria”, contou o autarca à rádio Vale do Minho.
A procissão arrancou. São Jorge lá foi. E nós também. Cada qual pelo seu caminho, mas com o mesmo destino pela frente: o anfiteatro do Souto.
O combate começou. Como que num passe de mágica, todo aquele ‘nervoso miudinho’ que Paulo nos mostrara há minutos parecia nunca ter existido.
Entrou destemido. Arrebatou o público. Não ‘engonhou’ e espetou três lanças no dragão quase no tempo de uma. Foi à espada. Os aplausos ouviam-se. E daí ao corte das orelhas da Coca foi um ‘tiro de espingarda’.
Em nove minutos tudo estava terminado. Paulo Barros cumpriu. E fê-lo em tempo recorde.
A Coca ‘foi à vida’. Os nervos também.

Ver também:
São Jorge arrumou a Coca em ‘três tempos’
Link: https://www.radiovaledominho.com/#!news-24909

Últimas