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Monção

Monção/Santa Casa: CESP exige demissão do Vice-Provedor

29 Janeiro, 2018 - 13:35

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Dezenas de sindicalistas manifestaram-se esta segunda-feira em frente à Santa Casa da Misericórdia de Monção exigindo a demissão do Vice-Provedor da instituição. Acusam-no de “perseguição e assédio moral” [e não […]

Dezenas de sindicalistas manifestaram-se esta segunda-feira em frente à Santa Casa da Misericórdia de Monção exigindo a demissão do Vice-Provedor da instituição. Acusam-no de “perseguição e assédio moral” [e não sexual, conforme foi dado a entender pela generalidade da imprensa] a várias funcionárias. “Antes de tomarmos esta atitude, nós esgotámos todas as vias de diálogo com o Vice-Provedor, Armindo Ponte. Fomos recebidos apenas uma vez, pelo Provedor [Padre Agostinho Caldas Afonso], que mostrou fragilidade e medo quando lhe pedimos que transmitisse que pretendíamos uma reunião”, começou por contar aos jornalistas, Rosa Silva, coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) de Viana do Castelo. “Pedimos depois uma reunião com a DGERT (Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho) onde esse senhor se comprometeu a comparecer e não compareceu”, prosseguiu.

Rodeada de manifestantes, que empunhavam cartazes e gritavam palavras de ordem, a coordenadora sindical exibiu o resultado da equação. “O Provedor, sendo um senhor de certa idade e com alguns problemas de saúde, não tem assumido esse cargo. Quem assumiu foi o Sr. Armindo Ponte com absoluta arrogância e prepotência! Tem feito pressão sobre as trabalhadoras. Destituiu algumas dos seus cargos sem motivo”, denunciou a líder do CESP de Viana do Castelo. “Entra na instituição e não cumprimenta os funcionários. Simplesmente dá recados e manda-os até dar por outras pessoas! Há trabalhadoras a ser perseguidas. Estão em psiquiatria. Nós não podemos admitir isto! Este senhor tem de demitir-se!”, atirou.

 

“Ele insulta-nos nas reuniões! Está sempre a humilhar-nos!”

 

Natália Guimarães é uma das funcionárias que está de baixa psiquiátrica. Começou a trabalhar na Santa Casa da Misericórdia de Monção há 12 anos. Entrou como ajudante de lar. Em 2008 passou para a coordenação. No entanto, há dois anos foi destituída. “Ele [Armindo Ponte] fez uma reunião coletiva e apresentou-nos as pessoas que nos iriam substituir. Até hoje nunca nos disse o porquê”, desabafou a funcionária em lágrimas. “Eu não estou assim por ele me ter destituído. Estou revoltada pela forma como fui destituída. Acho que qualquer patrão tem de dizer-nos o porquê. Fomos faladas nos corredores como tendo feito algo grave. Nunca soubemos o quê”, continuou a funcionária que transitou para uma categoria inferior – o apoio domiciliário. “Foi para fazer mais pouco de mim! Tenho um filho de 4 anos, tenho as minhas despesas e ele baixou-me o ordenado”. De baixa desde agosto do ano passado, Natália Guimarães não consegue esconder mais a revolta. “Ele insulta-nos nas reuniões! Está sempre a humilhar-nos! Trata-nos abaixo de cão e nós não somos cães!”, concluiu lavada em lágrimas.

Metros ao lado, Liliana Conde também exibe trauma causado pelas reuniões com o Vice-Provedor. “Humilha-nos! Há uns tempos atrás tivemos aqui um caso de sarna. Trabalhámos dia e noite e nunca tivemos um agradecimento da parte desse senhor”, contou aos jornalistas. “O agradecimento dele foi uma reunião onde nos disse que a sarna devia aparecer-nos na ponta da língua”. Também em tom revoltado, a funcionária não poupa críticas à falta de educação de Armindo Ponte. “É muito mal-criado! Enxovalha-nos e não faz uma única reunião para agradecer-nos o esforço que fazemos. Não valemos nada. Ele até já nos disse que nós todas não valemos por uma”, continuou.

 

Mesa Administrativa solidária com Armindo Ponte

 

Com estas medidas, recorde-se, o CESP visa “alertar a opinião pública e exigir a intervenção imediata das autoridades competentes (ACT e Ministério do Trabalho) para pôr fim às ilegalidades que ocorrem na instituição”. A coordenadora de Viana do Castelo garante que a estrutura sindical está disposta a ir até à barra dos tribunais, se tal for necessário.

Entretanto, na passada sexta-feira, a Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia emitiu um comunicado onde manifesta total solidariedade com o Vice-Provedor. No documento, o órgão considera que Armindo Ponte está a ser vítima de “um ataque soez e maldoso”.

Desde a passada quinta-feira que a Rádio Vale do Minho está a tentar contactar Armindo Ponte. Todas as tentativas realizadas foram infrutíferas.

 

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