PUBLICIDADE
3
AVANÇAR

Menu

+

0

0

Monção

Monção: PSD e CDS chumbaram reabilitação da EN 101

31 Janeiro, 2017 - 09:24

150

0

Presidente da Câmara lamentou falta de seriedade do PSD.

PSD e CDS-PP chumbaram esta segunda-feira, em reunião do Executivo Municipal de Monção, o projeto de execução da Reabilitação da EN 101. Em traços gerais, a obra previa a repavimentação, colocação de separador central, passeios e nova iluminação num troço de 700 metros, que liga a rotunda de Cortes à futura rotunda de S. Pedro. Contas feitas, uma obra cujo valor total ascenderia aos 556 mil euros (IVA incluído) [1ª de 3 fases]. “É um projeto que esteve em todos os Orçamentos desde que somos Executivo e que finalmente estamos em condições de iniciar. Sempre foi do nosso entendimento que aquele troço deveria ser intervencionado”, introduziu o presidente da Câmara, Augusto Domingues. A justificar a obra, o edil socialista explicou que “dá a sensação, a quem não é monçanense, de que quando termina a rotunda de Cortes termina Monção. E é quando começa. Entramos num local mal iluminado, perigoso e que queremos corrigir”.
Uma intervenção que, para os socialistas, traria mais investimento. No entanto, explicou Augusto Domingues, “isto é uma feitura de filho em mulher alheia. Vamos trabalhar numa área que é da Infraestruturas de Portugal (IP). Tivemos três anos de negociação e só há dias, finalmente, nos foi aprovado”. “Será o pontapé de saída para temos ali uma variante da qual nos poderemos orgulhar”, considerou.

Barbosa: “Andamos a receber pessoas no «jardim» em vez de as receber na «sala»”

Os argumentos utilizados pelo presidente da Câmara estiveram longe de convencer o PSD. A começar desde logo pelo preço, demasiado alto para os sociais-democratas. Foi então que o vereador António Barbosa abriu fogo cerrado sobre os socialistas e sublinhou que “com esta proposta, fica evidente que o PSD pensa o concelho de forma muito diferente do PS”. “Não colocamos em causa a importância deste investimento. Aquilo que colocamos em causa é a questão da priorização daquilo que é necessário no concelho de Monção”, realçou o líder social-democrata. Assim, para o PSD, o projeto não constitui prioridade “ainda por cima quando estamos a falar de uma verba tão avultada”.
Mas as críticas da direita ainda estavam só no início. António Barbosa agarrou de seguida numa das razões que os socialistas apresentaram para esta intervenção: a segurança rodoviária. “Os senhores [PS] conseguiram pegar na parte menos perigosa e na única onde não há acidentes justificando com melhoria de condições de segurança”, atirou.
António Barbosa subiu o tom. Classificou a obra como “eleitoralista” e prosseguiu em tom preocupado. “Andamos a receber as pessoas no «jardim», em vez de as receber na «sala» de casa, que é a Praça da República, a Praça Deu-la-Deu, a Envolvente da Estação que estão num estado lastimável!”, exclamou. “O senhor tem uma vila de Monção que é uma miséria!”.
Embalado na crítica, António Barbosa foi deixando explícito que o partido não está contra o projeto. “Somos contra o estar a priorizar uma situação que poderia existir se tivéssemos um casco histórico com os problemas estruturais resolvidos”. “Os senhores [PS] estão preocupados com eleições! O PSD está preocupado com aquilo que é estruturante para Monção”, continuou o líder «laranja». “Considero que isto é um atentado ao Orçamento da Câmara e àquilo que é importante para o concelho de Monção! Isto chama-se «a oito meses das eleições Autárquicas»”, finalizou António Barbosa.
Do lado do CDS-PP, o cenário de reprovação também floresceu nas primeiras linhas do vereador José Luís Alves. Mas com argumentos diferentes. “Eu começaria este investimento pela rotunda de São Pedro. É a que precisa mais rapidamente de intervenção. Se gastarmos 600 mil euros aqui, eles vão fazer-nos falta noutro lado qualquer. O dinheiro não nasce!”, referiu o autarca centrista que deixou também de forma clara não estar contra o projeto. “Estou é contra a forma como ele está a ser feito”, sublinhou.

Augusto Domingues lamenta falta de seriedade do PSD

PSD e CDS-PP ainda desafiaram o presidente da Câmara a não avançar com a votação do projeto. Os sociais-democratas lançaram mesmo o repto a Augusto Domingues no sentido de retirar o ponto da ordem de trabalhos e realizar uma reunião entre os partidos no sentido de o discutir, mas o presidente da Câmara mostrou-se determinado. “Isto vai ser votado. E se for chumbado há-de vir outra vez [à reunião do Executivo Municipal]”, garantiu Augusto Domingues. “Não desisto daquilo em que acredito. E eu acredito nesta empreitada, que está prevista no Orçamento. E calhou agora porque só agora conseguimos autorização da IP”, respondeu o autarca socialista.
De baterias apontadas ao PSD, Augusto Domingues lamentou de seguida a falta de seriedade dos sociais-democratas. “[Para António Barbosa] Porque é que não votou contra o Orçamento? Isto estava previsto no Orçamento! Eu não surgi agora com uma novidade!”, prosseguiu o presidente da Câmara rejeitando totalmente a acusação de obra “eleitoralista”.
Para além da promessa de voltar a trazer a obra à reunião de Câmara, Augusto Domingues foi mais longe. “Tenho a certeza de que se eu perder as eleições, vocês [PSD] vão fazê-la! Porque vão querer dar uma cara de modernidade à nossa comunidade”, concluiu.
Na votação, o projeto foi chumbado com três votos contra vindos do PSD e um outro por parte do vereador do CDS-PP.

Últimas