O PS Monção questionou o Executivo Municipal sobre os “mais de 5 milhões de euros” previstos para o Centro Histórico da vila. Recorde-se que o valor foi anunciado pelo próprio presidente da Câmara, António Barbosa, em declarações recentes aos jornalistas. Na passada terça-feira, em reunião de Câmara, o vereador Manuel José Oliveira convidou o edil monçanense a gizar a equação que lhe permitiu chegar a este total. “Agrada-me o facto de ter visto na comunicação social o facto de que o Sr. Presidente vai fazer um investimento de cinco milhões de euros no centro da vila de Monção. Fico contente pelo facto de que quando o Sr. Presidente trouxe um empréstimo bancário de 900 mil euros para ser aprovado, fui eu próprio que lhe disse para ser audaz e sagaz no sentido de em vez de pedir 900 mil pedir 3 milhões”, continuou o autarca socialista. “Eu quero agora perceber se estes 5 milhões de euros correspondem a obras que o PS lhe deixou e que o PSD vai concluir ou se correspondem a 5 milhões de euros que vai injetar ou candidatar. E como é que vai buscar esses 5 milhões?”, interrogou.
Manuel José Oliveira: “Acho muito bem que se faça este investimento, Sr. Presidente. Mas não se esqueça do ‘mato’.”
Mas o vereador socialista foi mais longe e, ironicamente, acabou por usar termos eternizados pelo anterior presidente da Câmara (PS). “Acho muito bem que se faça este investimento, Sr. Presidente. Mas não se esqueça do ‘mato’ [freguesias limítrofes]”, realçou. “Mostrou tanta preocupação com o ‘mato’ e investe agora 5 milhões de euros no centro da vila”, criticou Manuel José Oliveira sugerindo um equilíbrio de números e, desses cinco milhões, tirar dois para apostar nas localidades fora do centro.
Na resposta, o presidente da Câmara ‘sacou da calculadora’ e partiu para a carga. “Pois eu vou já dizer-lhe que vão ser mais de cinco milhões. Até fui muito meigo nos valores que mencionei!”, disparou António Barbosa. “Quando falamos neste tipo de investimento, estamos a falar em quatro anos. Entre PARU [Plano de Ação de Reabilitação Urbana] e PAMUS [Plano Ação de Mobilidade Urbana Sustentável], temos disponíveis cerca de 1 milhão e 800 mil. Para os 5 milhões faltam 3 milhões e 200 mil euros. Um valor que será ‘espalhado’ por quatro orçamentos”, explicou António Barbosa. “Não me vou endividar e não se preocupe com isso. Todos os anos, a dívida da Câmara vai diminuir relativamente ao ano anterior”, assegurou. “Como vou pagar as obras? Com priorização de investimento! Não gastando, por exemplo, 600 mil euros numa Estrada Nacional entre rotundas e aplicando noutras obras que consideramos que são mais importantes”, atirou o autarca social-democrata. “E quanto ao ‘mato’ também não se preocupe! As freguesias recebem hoje 1 milhão e 625 mil euros. Mas também posso dar-lhe nota de estradas várias que estão previstas no nosso plano de atividades e que vão ser cumpridas integralmente”, sublinhou.
António Barbosa: “Como vou pagar as obras? Com priorização de investimento! Não gastando, por exemplo, 600 mil euros numa Estrada Nacional entre rotundas”
Os números debitados por António Barbosa comprovavam a boa saúde financeira do Município. Manuel José Oliveira aproveitou a deixa. “É muito bom receber um Município assim, não é Sr. Presidente?”, questionou o vereador socialista com um sorriso. “Fazer um brilharete às custas do PS!”, exclamou. “O Sr. Presidente não se esqueça que está sentado aos ombros de um gigante”. As gargalhadas fizeram-se ouvir na plateia que assistia. Ato contínuo, António Barbosa apontou o público presente, olhou o vereador e não perdoou. “Eu governo a fazer o que o PS não fez em 20 anos. Eu governo a ouvir as pessoas!”.
Comentários: 0
0
0