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Monção/País: Dá nome a uma das corridas mais famosas – Mas sabe quem foi S. Silvestre?

26 Dezembro, 2018 - 13:33

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A história começa no Brasil, em 1925, quando foi criada uma corrida internacional em homenagem ao Papa Silvestre, nascido no ano 285 e falecido a 31 de dezembro do ano […]

A história começa no Brasil, em 1925, quando foi criada uma corrida internacional em homenagem ao Papa Silvestre, nascido no ano 285 e falecido a 31 de dezembro do ano 335. O que teve este Papa a ver com corridas? Nada. No entanto, este Sumo Pontífice enviou emissários para presidir ao sínodo de Arles e ao Primeiro Concílio de Niceia, dois eventos convocados pelo imperador Constantino. Ainda hoje a ausência deste Papa é motivo de debate, mas aponta-se o estado de saúde como causa mais provável.

Foi durante o seu pontificado (314 – 335) que a autoridade da Igreja foi estabelecida e se construíram alguns dos primeiros monumentos cristãos, como a Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém, e as primitivas basílicas de Roma (São João de Latrão e São Pedro), bem como das igrejas dos Santos Apóstolos em Constantinopla.

Foi também com este Papa que terminou a perseguição aos cristãos. Foi responsável pela conversão de Constantino. Há relatos de que o imperador terá contraído lepra, e logo que Silvestre o batizou por imersão numa piscina ficou imediatamente curado. Esta versão é várias vezes descartada, pois sabe-se que Constantino foi batizado nos últimos dias de vida, por um outro bispo, com a intenção de lhe serem perdoados os pecados. O Papa Silvestre foi um dos primeiros nomes da Igreja Católica a ser canonizado sem ter sido mártir.

 

Rosa Mota… quem mais poderia ser?

 

Voltemos a 1925. A Corrida Internacional de S. Silvestre mais famosa é a do Brasil, anualmente realizada em São Paulo. Até 1944 foi disputada apenas por corredores brasileiros. A partir de 1975 torna-se uma prova mista, começando assim a admitir mulheres. A portuguesa Rosa Mota tornou-se na maior vencedora geral desta prova, com seis vitórias consecutivas na década de 80 do século passado. Já o maior vencedor, e também recordista da prova, é o queniano Paul Tergat. O checo Emil Zatopek, recordado como a locomotiva humana, também venceu esta prova em 1953. É um evento tão mediático que é transmitido ao vivo pela televisão desde 1982.

Foi nos anos 70 que as corridas de São Silvestre se estenderam também a Portugal. Começaram com a S. Silvestre da Amadora onde já participaram os maiores nomes do atletismo. No entanto, com a entrada de Lisboa neste roteiro, a prova mais antiga começou a perder projeção. Os agentes económicos e os atletas de elite superior começaram a optar pela capital.

Foi num ápice que outras cidades começaram a aderir, incluindo Porto e Braga. Só que o contágio espalhou-se mesmo por todo o país. Batalha, Coimbra, Covilhã, Espinho, Figueira da Foz, Guarda, Ovar, Viana do Castelo e Vila do Conde são outros municípios que promovem esta prova desportiva. E há também Monção que, em conjunto com a localidade galega vizinha de Salvaterra de Miño, promove desde 2014 esta corrida que aqui se distingue pelo caráter solidário.  Quem quiser participar nesta prova solidária apenas terá de entregar um alimento não perecível que, numa fase posterior, será distribuído pelas famílias com dificuldades económicas de ambos os municípios. A próxima edição está marcada para o próximo sábado.

 

A noite em que uma menina ganhou em Monção

 

Na S. Silvestre de Monção/Salvaterra há participantes de quase todas as idades. Uma das edições mais surpreendentes foi em 2015, quando a prova foi ganha por uma menina de apenas 13 anos. Dezasseis minutos e onze segundos. Foi este o tempo que a Rita demorou a correr os cinco quilómetros nessa edição. De uma agilidade impressionante, começou desde logo a deixar para trás dezenas de participantes. Com pouco mais de metro e meio de altura, esquivou-se por entre as dianteiras. Soube gerir a energia. Atravessou uma ponte que liga duas nações com um profissionalismo olímpico. E continuou a correr, sem desistir.
Na zona da meta, ninguém sonhava ainda a proeza que esta criança estava prestes a realizar. Entretanto a Rita corria. Recebia aplausos em cada rua por onde passava. Sorrisos de incredulidade ao ver tão jovem atleta na liderança. Houve quem por momentos duvidasse se seria ou não uma concorrente. Mas era. E foi com um enorme sorriso e sem transparecer qualquer falta de fôlego que a Rita cortou a meta. Imediatamente coroada de glória como a primeira entre as mulheres e a (apenas!) três minutos do vencedor masculino. “Foi uma grande prenda de Natal, mas também foi preciso algum esforço”, disse a Rita aos jornalistas com um sorriso.
Natural da Amadora, a Rita contou-nos na altura que a família tem uma casa de férias em Monção. Sobre o segredo para vencer uma prova destas, tudo se resumiu a “treinar todos os dias”. E parte do sucesso, sublinhou a pequena grande atleta, devia-se ao Sporting Clube Reboleira e Damaia, onde praticava a modalidade. A fechar, a vencedora recomendou ainda a todos para praticar desporto.

 

[Imagem: Direitos Reservados]

 

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