Após três anos da aplicação da nova lei que permitiu o alargamento a toda a região da possibilidade de comercializar vinhos verdes da casta alvarinho, as vendas deste produto da sub-região Monção/Melgaço dispararam em flecha. De acordo com os dados pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), e divulgados pelo Jornal de Negócios, foi uma subida de 32,2% em volume. Falando em milhões de litros, os números passaram de 1,41 para 1,87.
Além disso, escreve ainda o Jornal de Negócios, também a comercialização dos vinhos produzidos em Monção e Melgaço com as castas alvarinho / trajadura aumentou 17% face a 2014, para 3,32 milhões de litros. E a categoria alvarinho / loureiro, que estava proibida pela legislação anterior – havia uma espécie de fronteira artificial que só permitia a primeira casta naqueles dois concelhos do Alto Minho e a segunda nos restantes, a Sul – já ascendeu a quase um milhão de litros no ano passado. “Quando se pensava que o acordo era a grande derrota de Monção e Melgaço, verifica-se que eles são os grandes vencedores”, sublinhou ao Jornal de Negócios o presidente da CRVV, Manuel Pinheiro. “Ao fim de três anos, sendo possível fazer uma primeira avaliação, a grande surpresa é que os grandes vencedores foram os produtores de Monção/Melgaço e não os outros. Aumentam as suas vendas muito acima da média do vinho verde. A segunda surpresa é que um vinho novo, como o alvarinho / loureiro já é muito relevante e vai continuar a crescer para ser uma categoria vencedora”, acrescentou.
Manuel Pinheiro: “Quando se pensava que o acordo era a grande derrota de Monção e Melgaço, verifica-se que eles são os grandes vencedores.”
Salienta ainda o Jornal de Negócios que “o verdadeiro e total impacto da alteração da lei apenas se deverá sentir em 2021, quando houver a aplicação plena do acordo e, depois do período transitório fixado em seis anos, acabar a regra de que só as uvas da casta alvarinho vinificadas em Monção/Melgaço podem dar origem a Vinho Verde Alvarinho”.
“As novas vinhas que estão a ser plantadas [no resto da região] não são alvarinho, mas arinto e loureiro, que são mais interessantes e produtivas. Não se está a verificar o que se receava: que se começasse a plantar alvarinho para [no final do período de transição] inundar o mercado de alvarinho. Porquê? Porque é menos produtivo. Como temos escassez de matéria-prima – o vinho verde está a vender toda a sua produção – os produtores [fora de MM] estão à procura de outras castas. O alvarinho garante alta qualidade, mas não garante alta produtividade”, concluiu o líder da CVRVV.
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