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Monção/Melgaço

Monção/Melgaço: COVID-19 foi “devastador” para adegas e produtores, diz CVRVV

22 Maio, 2020 - 07:21

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PUB O presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), Manuel Pinheiro, considera que o novo coronavírus (COVID-19) foi “devastador” para adegas e produtores da sub-região Monção/Melgaço. […]

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O presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), Manuel Pinheiro, considera que o novo coronavírus (COVID-19) foi “devastador” para adegas e produtores da sub-região Monção/Melgaço.

“Durante o último mês e meio os restaurantes estiveram fechados. Os produtores viram esse canal completamente fechado. Compensou o facto de que os supermercados e a exportação estiveram a funcionar, embora a um ritmo mais lento”. No entanto, isto acabou por ser benéfico unicamente para os grandes produtores. “Os mais pequenos, que vendem na economia local, viram todos os seus canais de venda fechados”.

E agora? Para Manuel Pinheiro “é o momento de contra-atacar”. Num périplo efetuado por várias adegas dos dois concelhos vizinhos, o presidente da CVRVV repetiu a mensagem de que chegou a hora dos produtores “saírem lá fora e recuperar o mercado que nos escapou”.

A CVRVV está já a colocar no terreno uma campanha de promoção nacional do vinho verde. “Por outro lado, o Ministério da Agricultura anunciou um apoio para os produtores. As candidaturas estão abertas e o valor dependerá das candidaturas que os produtores possam apresentar”, explicou Manuel Pinheiro.

“Nos apoios do Ministério da Agricultura, há duas linhas. A destilação não é interessante para os Alvarinhos, dado que são vinhos de elevado valor. Mas, para os produtores, será muito interessante uma candidatura ao subsídio de armazenagem”, recomendou. “Significa que os vinhos que têm em casa vão proporcionar uma renda mensal enquanto esperam por mercado”.

 

“Portugueses foram agentes da saúde pública e agora devem ser agentes da recuperação económica”

 

De olhos postos no futuro, Manuel Pinheiro mostra-se confiante. Acredita que não vai haver uma segunda vaga de COVID-19. “Acredito que a economia vai começar a recuperar. A abertura dos restaurantes e a confiança de todos nós é fundamental. Eles são parceiros nesta produção de vinho. Ainda não podemos contar com os turistas espanhóis, mas o turismo nacional tem de funcionar. Os portugueses foram agentes da saúde pública e agora devem ser agentes da recuperação económica”.

Este foi um ano em que a sub-região perdeu os três maiores certames dedicados ao vinho Alvarinho – A Festa do Alvarinho de Melgaço, a Feira do Alvarinho de Monção e o Alvarinho Wine Fest em Lisboa. “Para o ano esses eventos devem regressar com força, mas devemos pensar primeiro neste. Ainda há muito ano para recuperar”, defende Manuel Pinheiro.

 

Adega de Monção recua a patamares semelhantes ao pós-troika

 

A Adega Cooperativa de Monção (ACM) está entre as mais afetadas pela pandemia causada pela COVID-19. Os números foram divulgados à Rádio Vale do Minho pelo presidente, Armando Fontaínhas.

“No período entre 15 de março e 15 de abril, as vendas foram praticamente zero. Tivemos uma segunda quinzena de abril com melhoria muito ténue. O início de maio foi melhor mas mesmo assim muito abaixo dos níveis do ano passado”, descreveu.

Em suma, a chegada do COVID-19 provocou uma quebra de 80% nas vendas da Adega Cooperativa de Monção. “Agora temos de dinamizar os nossos vinhos. Mostrar que é possível ir aos restaurantes. Apesar de ainda não termos o turismo externo, podemos todos conviver entre nós. Temos de voltar todos a ter uma vida o mais próximo do normal possível”, considera Armando Fontaínhas.

Sobre os próximos tempos, o presidente da ACM acredita que “a recuperação vai ser mais rápida que a crise financeira de 2008”. Mas não vai ser tão rápida quanto isso.

“A ACM passou para patamares de venda semelhantes aos de 2014/2015. Foi uma quebra muito grande na ordem dos três milhões de euros. Recuperar isto não será de um dia para o outro. Provavelmente dois a três anos até atingirmos os valores em que estávamos antes da chegada da COVID-19″, estima Armando Fontaínhas.

 

[Fotografia: Arquivo / Quintas de Melgaço]

 

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