Em Monção, as vindimas começaram este ano mais cedo que nunca. Em agosto. Conforme explicou o Presidente da Adega Cooperativa local, Armando Fontainhas, “os invernos são cada vez menos frios e com mais luz, isso faz com que a vinha tenha rebentação mais cedo”.
No entanto, há 400 anos, isso era impossível. Sendo que o termo mais certo é impensável.
De acordo com a obra, Para a pequena História de Monção/Das actividades municipais e da governaça durante a ocupação espanhola, de José Garção Gomes, a vereação de Monção implementou uma medida taxativa em setembro de 1633.

[Fotografia: Serafim Lobato/Grupo FB Os Amigos de Monção]
“Acordaram que nenhuma pessoa seja ousada a vindimar contra o acórdão que está feito, com pena de dois anos de degredo em África e sendo pena de Acórdão”, lê-se.
[Fotografia: Serafim Lobato/Grupo FB Os Amigos de Monção]
Recorde-se que as previsões da Adega Cooperativa para este ano não são boas e Armando Fontainhas antecipa uma quebra entre 5% e 10%, o que representa 400 a 800 mil quilos de uvas menos do que em 2022.
No último ano foram contabilizados oito milhões de quilos.
O Presidente da Adega aponta o dedo também aos ataques de míldio, fungo que se desenvolve no interior das folhas da videira, normalmente durante primaveras muito chuvosas, neste caso, a um mês de junho “muito chuvoso”.
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