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Pelo segundo ano consecutivo, a freguesia de Cortes, em Monção, está mergulhada no silêncio na primeira terça-feira após o domingo de Páscoa. Se não fosse a pandemia da COVID-19, a localidade estaria certamente a viver aquela que é uma das mais estimadas festas em todo o concelho – Nª Srª da Cabeça.
São habitualmente três dias de festividades que culminam na terça-feira após o domingo pascal. Este ano, a devoção e a Fé – que permanecem inabaláveis – estão novamente a ser manifestadas nas redes sociais. Com muita saudade à mistura.
Além do seu aspeto festivo, com atuação de grupos populares e orquestras galegas, a celebração da Senhora da Cabeça, logo a seguir à Páscoa, assume-se, desde muitas décadas, como uma festa dedicada ao convívio e confraternização com famílias inteiras a fazerem o merendeiro nas zonas sombreadas próximas da capela.
Festa de Nª Srª da Cabeça entre as festividades religiosas mais estimadas em Monção
[Fotografia: Rádio Vale do Minho]
Em tempos idos, quando Monção ainda tinha a estação de comboios em funcionamento, milhares de pessoas deslocavam-se, nestes dias, da sede do concelho até ao apeadeiro de Cortes, num percurso de três a quatro quilómetros. A afluência era tanta que a CP fazia horários especiais para cobrir as necessidades da procura.
Ao caráter festivo e confraternizador da festa, junta-se uma acentuada e sentida carga religiosa. O interior da capela está sempre decorado a rigor, sendo habitual a presença de crentes no pagamento de promessas. Por tradição, adquirem uma cabeça de cera de Nossa Senhora e cumprem o prometido na procissão ou à volta da capela.
[Fotografia capa: DR]
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