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Autárquicas

Monção: «En Garde!» – CDS desafia adversários políticos para debate a três

10 Agosto, 2017 - 04:26

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Cine Teatro João Verde praticamente cheio esta quarta-feira na apresentação pública do candidato à Câmara Municipal.

«En Garde!». Só faltou mesmo ao candidato pelo CDS-PP à Câmara de Monção verbalizar a expressão francesa eternizada pelo esgrima. Na noite em que se apresentou publicamente aos militantes e simpatizantes do partido, José Luís Alves lançou o repto aos outros candidatos [PS e PSD]. “Desafio os meus adversários políticos para um debate a três. Ficaria muito contente ao discutir com eles o futuro de Monção e o futuro da nossa terra!”, disse. “A política é, acima de tudo, a troca de ideias, a defesa dos nossos interesses e do nosso futuro”. O auditório do Cine Teatro João Verde, praticamente cheio, irrompeu num estrondoso aplauso.
Mas recuemos ao início. A cerimónia desta quarta-feira começou com a apresentação dos candidatos do partido nas várias Assembleias de Freguesia do concelho. Seguiu-se a apresentação dos elementos candidatos à Assembleia Municipal e Câmara Municipal. E finalmente, com o auditório já todo em pé, foi chamada a grande estrela da noite. José Luís Alves surgiu vindo de cima. À medida que descia em direção ao palco foi sendo saudado e abraçado por muitos militantes. As bandeiras centristas agitavam-se. Havia até «aplaudidores» insufláveis nas cadeiras, mas o público continua a preferir as palmas de sempre. Mais ruidosas. Mais musculadas para um CDS-PP que quer, isso sim, «inflar» mais a presença nos vários órgãos autárquicos.
O primeiro nome a ser chamado ao palco foi Ilda Novo. Num discurso mais maternal, a deputada na Assembleia da República eleita pelo distrito de Viana do Castelo defende que “eleições não se ganham com ostentação ou soberba. Ganham-se com humildade e proximidade genuína. Com espírito crítico, positivo e construtivo que é apanágio de toda esta gente que temos aqui connosco”. Numa avaliação coletiva, a deputada centrista considera que a equipa do CDS-PP de Monção é formada por pessoas “de experiência acumulada. Já deram provas de competência, de empenho, de dedicação e estão cientes dos anseios dos monçanenses”. “Nós na política somos sempre aprendizes”, recordou Ilda Novo. “Uma das qualidades mais importantes de um político, para além da boa disposição, é aprender a escutar. Acrescente-se a simplicidade nos atos e nas palavras. Franqueza e realismo nas propostas. Abandonem-se as falsas promessas! A única coisa que podemos prometer é trabalhar, trabalhar… sempre trabalhar para melhorar as condições e a qualidade de vida no concelho de Monção!”. Palavras saudadas com longo aplauso.
Seguiu-se Pedro Mota Soares. O antigo Ministro da Solidariedade, Trabalho e Segurança Social não poupou elogios a José Luís Alves. Enalteceu desde logo “a capacidade demonstrada ao longo destes anos de conseguir ser um líder. E um líder é alguém que se destaca pela capacidade de unir pessoas que amam Monção e querem o melhor para a sua terra!”. De baterias apontadas à gestão socialista, Pedro Mota Soares sublinhou que “Monção não está condenada a marcar passo quando o que devia fazer era marcar o ritmo desta região tão importante e tão bonita para o futuro do nosso Portugal!”. Estrondoso aplauso para o antigo governante. “Mas o potencial desta terra só pode ser aproveitado se tiver também na Câmara Municipal, na Assembleia Municipal e nas Juntas de Freguesia gente que saiba verdadeiramente o que é, por exemplo, o valor do trabalho. Gente que saiba que é verdadeiramente com o nosso esforço que conseguimos fazer avançar as coisas! Gente que conhece verdadeiramente a economia de Monção e que não quer projetos megalómanos para este concelho! Gente que não quer ver a Câmara Municipal a desperdiçar muito dinheiro que sai do nosso bolso quando o que a Câmara deveria fazer era apoiar as pequenas e médias empresas que são a espinha dorsal deste concelho”. O público foi ao rubro com as palavras de Mota Soares.

Elisabete Amoedo: “Lamento que isto só agora aconteça numa terra que tem uma mulher como heroína”

Chegava a hora da candidata à Assembleia Municipal. Mal o nome de Elisabete Amoedo foi escutado no auditório, os aplausos subiram ainda mais de tom. De sorriso nos lábios e de uma elegância inexcedível, a candidata procedeu às habituais saudações. E fez «touché» ao inevitável. “Temos uma lei que coloca mulheres nas candidaturas mais por obrigação do que por vontade”, atirou a primeira mulher candidata à Assembleia Municipal de Monção desde o 25 de abril de 1974. “Lamento que em 43 anos só agora isto aconteça, sobretudo numa terra que tem uma mulher como heroína [Deu-la-Deu Martins]”. O trovão de aplausos foi inevitável.
“Esta sala emblemática da cultura monçamense, com esta moldura humana, é para mim e para todos nós um importante tónico que nos enche o coração de esperança de que é possível fazer melhor por Monção e mais pelos monçanenses”, disse. Recordou as últimas duas décadas em que tem sido presidente da Assembleia de Freguesia da Bela. Virou depois o discurso para o candidato à Câmara Municipal. “O José Luís sabe o que quer. Não tem medo de virar a História para ir em frente com aquilo que julga melhor para o nosso concelho”, considerou. “Apostar na diferença é um termo que fica bem a qualquer candidatura e por isso é tão utilizado. Bem mais complicado é materializar essa aposta e fazer realmente diferente! E isso é prova de caráter!”, sublinhou a autarca centrista que concluiu a desejar “uma Assembleia Municipal que dê voz a todos os monçanenses”.

José Luís Alves: “Temos como principal prioridade a nossa terra… que é Monção!”

Finalmente, o momento. Chamado ao palco, José Luís Alves foi saudado por todo um auditório em pé. Bandeiras do partido totalmente desfraldadas. Longo aplauso ao candidato. Com palmas. Os «aplaudidores» já estavam quase esquecidos pelos presentes. “Apesar de estarmos a representar uma candidatura com um partido, temos como principal prioridade a nossa terra… que é Monção!”, introduziu imediatamente o líder centrista.
Não perdeu tempo e passou a enumerar as principais propostas do CDS-PP ao eleitorado moçanense. Começou com o emprego, e neste campo o CDS-PP quer estar na linha da frente. Acusa a atual gestão socialista de “falta de visão”. “Queremos captar para nós mais emprego e mais empresas de grande qualidade”, disse. Virou depois para o Alvarinho e considera que “a Feira do Alvarinho tem de ser repensada. Não pode ser apenas uma feira para expor e para vender. Temos de trazer para nós uma feira mais empresarial e mais dinâmica”.
No campo do Turismo, o CDS-PP defende que a principal entrada de Monção passe a ser feita pela avenida da antiga estação, havendo remodelação de toda essa área. E porque não faltam rotuntas no concelho, o candidato pretende que em todas elas sejam colocados motivos alusivos a Monção. Seguiu depois para o comércio local que, para José Luís Alves, padece da falta de estacionamento. “Fomos os únicos que, em reunião de Câmara, defendemos um parque de estacionamento subterrâneo no centro da vila de forma a modernizar e alavancar o comércio local”, recordou. Está também no plano dos centristas a criação uma incubadora de empresas e até um gabinete de ajuda ao pequeno comércio.

Mais indústria e mais vinho tinto

De olhos postos na Indústria, o candidato voltou a frisar a urgência em criar condições favoráveis para trazer grandes empresas para o concelho. Mas não descura a importância do setor primário para Monção. “Propomos a recuperação e a dinamização do vinho tinto, que é outro dos principais produtos que exportamos. É um vinho que tem de ser revalorizado. As castas que existem têm de ser relançadas de forma a evoluir como evoluiu o vinho Alvarinho”. A ideia foi fortemente aplaudida.
Na área da Educação, José Luís Alves fez nova viagem ao passado. “Nós [CDS-PP] fomos os únicos que votámos contra um protocolo que foi assinado entre a Câmara Municipal de Monção e o Ministério da Educação que atribui ao nosso concelho cerca de 60 mil euros. Melgaço, que tem menos gente e menos escolas, recebe cerca de um milhão de euros. E Valença, que apesar de ser uma cidade, tem menos população e menos escolas recebe um milhão e 700 mil euros”, referiu. “Achámos ridículo o montante que estão a atribuir a Monção perante o estado das nossas escolas e com o parque escolar que temos”. Mais um forte aplauso para José Luís Alves.
No Desporto, o CDS-PP quer investir no desenvolvimento de novas modalidades para além do futebol. Os centristas apostam mesmo num pavilhão multiusos. Já nas IPSSs, propõem a criação de um Cartão Sénior “que trará vantagens aos mais idosos que poderão auferir de descontos nos serviços camarários e em empresas protocoladas com este cartão”. O partido não esquece também os animais e pretende criar um abrigo para os mesmos.
A fechar, José Luís Alves sacou a «cartada final» com um tema que tem feito rolar alguma tinta nos últimos anos. “Não temos um dia fixo para o nosso feriado. Tem de ser definitivamente colocado numa data que terá de ser a mesma todos os anos!”, exclamou. Foi então que o candidato lançou o desafio do debate a três. “Estamos a lutar pelo interesse de Monção! O que fizemos pelo interesse de Monção é por todos nós… para todos vós! E é por isso que o nosso lema é «Por Todos e Para Todos»!”. A plateia levantou-se num longo aplauso final. Milhares de papelinhos brilhantes esvoaçaram pelo ar com o candidato a abraçar esposa e filho antes do cair do pano.
Em 2013, para a Câmara Municipal de Monção, o PS obteve 37,96% dos votos. O PSD ficou logo atrás com 37,92%. O CDS-PP alcançou os 17,7%. A taxa de abstenção foi de 41%. As próximas eleições autárquicas realizam-se no dia 1 de outubro.

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