Os finais do século 14 não estavam a ser fáceis na Península. Na batalha de Aljubarrota, em agosto de 1385, os castelhanos levaram uma tareia de todo o tamanho. Mas continuavam inconformados.
No dia 1 de novembro de 1386, em Monção, Portugal e Inglaterra assinam o Tratado de Monção. Comprometem-se a ajudar um ao outro em combate.
Estas notícias iam chegando, evidentemente, ao outro lado do rio Minho.
O rei de Castela, também João de seu nome, terá ficado preocupado. A tensão entre os dois reinos vizinhos agravava-se… mas os portugueses tinham agora os ingleses como aliados.
Era necessário aliviar a panela de pressão, antes que portugueses e castelhanos saíssem a perder com guerras desnecessárias.
D. João I e João I de Castela, dois reis vizinhos curiosamente com mesmo nome e ordinal, aceitam encontrar-se para discutir tréguas entre os dois reinos. Onde? Em Monção.
Assim sucedeu. No dia 29 de novembro de 1389, em terras de Deu-la-Deu, os dois monarcas assinaram o chamado Segundo Tratado de Monção.
O documento estabelecia tréguas. Mas houve trocas: Portugal cedia a Castela as localidades de Salvaterra do Minho (passou a Salvaterra de Miño) e Tui (passou a Tuy), e recebia dos castelhanos Mértola, Noudar e Olivença, no Alentejo, e Castelo Melhor, Castelo Mendo e Castelo Rodrigo, no Ribacoa.
Vieram anos de paz para a Península.
Porém, segundo os historiadores, logo após a morte de D. João I de Portugal [1433], a fúria voltou a tomar conta dos castelhanos, já sob as ordens do rei D. João II de Castela. A guerra voltou. Invadiram Trás-os-Montes e tomaram Bragança, Vinhais e Mogadouro.
A espadeirada continuou pelos compendios de História fora.
Só fizeram bosta os reis em todos os domínios …