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Monção: Danaide ou Deu-la-Deu Martins? Quem é afinal esta estátua feminina?

15 Fevereiro, 2020 - 21:58

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Danaide ou Deu-la-Deu Martins? Ainda hoje há quem duvide sobre quem é a figura feminina que está no cimo do pilar central da fonte localizada no Largo do Loreto, em Monção. De facto, na base da estátua, encontra-se escrita a palavra Danaide. Mais abaixo, está o brasão da vila. Esse sim, com a representação da heroína local: Deu-la-Deu Martins.

Então, quem é a senhora lá em cima? É uma figura da mitologia grega.

Poseidon, deus do mar, teve dois netos gémeos. Um chamava-se Dánao e o outro Egito. Os dois irmãos andavam constantemente em guerra. Diz a mitologia que Dánao teve 50 filhas, chamadas de Danaides.

Egito ganhava terreno com a sua maldade. Foi então que a deusa Atena interveio e ajudou Dánao a fugir do irmão para a cidade de Argos. Num gesto de agradecimento, as 50 Danaides ergueram ali um templo em honra de Atena.

Volvidos vários anos, Dánao tornou-se mesmo rei de Argos. As coisas não correram bem e a região padeceu de uma enorme seca. O monarca pediu às 50 filhas que fossem procurar água. No caminho, uma delas foi importunada por um Sátiro – figura metade humana, metade bode.

Ao ouvir os gritos desta Danaide, o bisavô Poseidon veio em seu socorro. Lançou o tridente e o agressor fugiu. Porém, o tridente bateu numa rocha de onde jorraram três fontes de água.

Entretanto, Egito soube destas três fontes. Tão gémeo era de Dánao que teve também 50 filhos – mas rapazes. E enviou-os ao irmão Dánao para que pudessem casar-se com as Danaides. Foi então que o monarca de Argos viu aqui uma oportunidade para vingar-se do exílio a que se vira obrigado: Consentiu o casamento, mas pediu às filhas que levassem consigo uma faca e matassem os respetivos maridos na noite de núpcias.

O plano foi quase cumprido na perfeição. Quase, porque uma das Danaides não conseguiu tirar a vida ao marido, chamado Linceu. Apaixonaram-se verdadeiramente, diz ainda a mitologia.

Tendo conhecimento da desobediência da filha, Dánao submeteu-a a julgamento. Teve sorte… foi absolvida por Afrodite, deusa do amor, que se comoveu com a paixão do casal.

Os tempos foram passando e Dánao acabou por falecer. Linceu tornou-se rei de Argos e havia contas a ajustar com as 49 Danaides que tinham assassinado os maridos. Foram a julgamento e foi-lhes aplicada uma pena: foram condenadas a encher com água um poço sem fundo. 

Tendo em conta que a Danaide que está no topo da fonte monçanense segura um recipiente e está rodeada de água, fica evidente que será uma entre as 49 castigadas.

 

Exemplo resultante da confusão causada pela estátua – A imagem [encontrada num portal da internet] pretende representar a façanha de Deu-la-Deu Martins, mas quem lá está é… Danaide!

 

 

[Fotografia: Direitos Reservados]

 

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