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Monção

Monção dá parecer contra alta tensão

14 Fevereiro, 2014 - 08:29

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Autarquia teme impacto na economia e saúde

A Câmara de Monção deu parecer desfavorável ao traçado proposto para uma linha de alta tensão entre Espanha e o Porto, alegando “forte impacto negativo” ao nível do património e da economia, além dos “riscos para a saúde”.
“O município de Monção não concorda e está contra o atravessamento deste eixo pelo concelho”, lê-se no parecer da autarquia, no âmbito do Estudo de Impacte Ambiental (EIA), aprovado por unanimidade no executivo por PS, PSD e CDS-PP, mas também na Assembleia Municipal.
Em termos de “riscos para a saúde”, o parecer, com data de 12 de fevereiro e consultado hoje pela agência Lusa, recorda que alguns estudos científicos “alertam para os perigos de viver ao lado” deste tipo de linhas de alta tensão, face às possíveis consequências dos campos eletromagnéticos gerados.
Sobre os “graves impactos” económicos, a autarquia diz que este traçado levará a uma “desvalorização muito significativa” do território, em termos turísticos e das propriedades, pela criação de uma “servidão administrativa”, ao longo de toda a linha, com uma largura de 45 metros.
Em causa está a construção de uma linha elétrica de 400 KV desde Fontefria, em território galego (Espanha), e até à fronteira portuguesa, com o seu prolongamento à rede elétrica nacional, no âmbito da Rede Nacional de Transporte (RNT) operada pela empresa Rede Elétrica Nacional (REN).
O troço português, cuja consulta pública do respetivo EIA termina hoje, prevê a passagem desta linha através de oito dos dez concelhos do distrito de Viana do Castelo e ainda por Vila Nova de Famalicão, Barcelos (ambos do distrito de Braga, Vila do Conde e Póvoa de Varzim (os dois do distrito do Porto).
No parecer que dirige à Agência Portuguesa do Ambiente, a Câmara de Monção recorda que o traçado proposto – que passa por doze freguesias do concelho – terá um “forte impacto negativo” em termos hidrográficos, já que a durante a fase de construção os trabalhos poderão afetar captações e linhas de água.
A preocupação da autarquia, corroborada num recente encontro público com a população, centra-se ainda ao nível do património natural e cultural, devido aos possíveis impactos em conjuntos dispersos de arte rupestre que existem no concelho, em trilhos pedestres e numa mamoa.
A autarquia alega que a própria REN assumiu existir tecnologia que permite, alternativamente, a “construção submarina da linha”, apesar do seu “custo muito elevado”.
De acordo com o documento em Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), o projeto “Eixo da RNT entre Vila do Conde, Vila Fria B e a Rede Elétrica de Espanha”, prevê a construção de duas novas linhas duplas trifásicas de 400 KV, atravessando, potencialmente, 121 freguesias.
Trata-se de um novo eixo de ligação entre a fronteira e o Porto para “dar resposta simultânea a várias necessidades de reforço da rede, no sentido da receção de nova produção renovável na zona do Minho”, mas também para garantir o “aumento das capacidades de interligação com Espanha e de melhores condições de alimentação aos consumos do Minho litoral”.
“A nível regional, a não concretização do presente projeto será negativa, uma vez que poderá pôr em causa os objetivos de reforço da RNT de eletricidade e de interligação a Espanha”, lê-se no documento, consultado pela Lusa.

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