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Monção

Monção: Comércio da vila preocupado com cenário de gestão corrente

16 Dezembro, 2015 - 10:48

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Aos microfones da Vale do Minho, comerciantes apelam ao Executivo para ‘velar mais pela população’. Lamentaram a desertificação do centro histórico e apelaram à celeridade na aprovação de novo orçamento.

“O executivo municipal devia velar mais pela população do que pela política. Só pensam no poder e em política! A população fica sempre atrás!”. O desabafo é de José Fernandes, proprietário de uma das mais antigas casas comerciais de Monção. Em pleno centro histórico da vila, a mercearia chama sempre a atenção de quem por lá passa. Quanto mais não seja para admirar o interior, que faz lembrar outros tempos. Entre o perfume do café, especialidade da casa, o dono lá vai atendendo um cliente de quando em vez. Nos olhos, a preocupação com a terra. O pensamento num Município que, dois anos depois, volta ao cenário de gestão corrente. “Cada vez estamos a ficar pior. Não vai demorar muito tempo até que a parte mais tradicional de Monção feche quase toda. Há cada vez menos gente e as casas estão cada vez mais deterioradas”, lamentou José Fernandes atrás de um balcão que já foi do seu pai.
Com oito décadas de história, esta casa já atravessou uma guerra mundial, o Estado Novo e a Revolução dos Cravos. Viveu dias bons e menos bons. Mas os receios de José Fernandes ultrapassam hoje todos os que teve até à data. “Os nossos políticos não fazem nada para atrair as pessoas à parte histórica, que é o melhor que temos em Monção. Estão todos a fugir para as grandes superfícies e as pessoas ficam aqui de braços cruzados”, atirou. E sem meias medidas, aos microfones da Vale do Minho, o dono ‘puxou as orelhas’ à Autarquia. “Olhem pelas coisas da terra! Deixem-se de políticas e politiquices”, concluiu.
Mais à frente, numa garagem com 40 anos de vida, Luís Vieira não esconde também a sua preocupação com o atual cenário do Município. “Os nossos políticos deveriam entender-se. Isto é mau para Monção”, considerou. “Uma não aprovação de um orçamento só prejudica os mais desfavorecidos. O que se consta é que são números fáceis de haver um bom entendimento”, continuou o proprietário no espaço que recebeu das mãos do seu pai. “A oposição deve também ser construtiva, pois é muito mau que o orçamento não tenha sido aprovado”, acrescentou.
Metros acima, num mini-mercado, Maria Armanda Costa mostra-se pensativa perante as notícias que têm chegado das sessões de Câmara. “Claro que isso me preocupa, como certamente a todos os moncanenses”, disse a proprietária à rádio Vale do Minho. Em jeito de recomendação, a gerente do estabelecimento aconselha o Executivo a ser célere. Enviou até ‘recados’ à direita. “Deixem-no [ao presidente da Câmara] fazer o que tem de fazer! Não é por terem perdido [as eleições de 2013] que não vão agora deixar este fazer o trabalho dele”. Uns passos ao lado, na recauchutagem de João Pacheco, o ambiente é semelhante. “Claro que esta situação me preocupa. Tudo o que seja para o benefício da terra é bom, mas quando não está a funcionar bem isso preocupa-me”, lamentou o proprietário à Vale do Minho.

Recorde-se que PSD e CDS-PP de Monção chumbaram no princípio do mês as Grandes Opções do Plano e o Orçamento para 2016 apresentadas pela vereação socialista. O voto contra dos social-democratas foi essencialmente justificado pela insatisfação relativamente à transferência de verbas para as freguesias. O Município vai, assim, entrar no próximo ano em cenário de gestão corrente. À semelhança do que aconteceu há dois anos, a autarquia assumirá apenas o pagamento de vencimentos, dívidas e contas.
A discussão do próximo orçamento deverá ocorrer em janeiro. A ser aprovado, seguirá depois para Assembleia Municipal a ter lugar no mês seguinte.

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