“Luís Montenegro vai ser Primeiro-Ministro de Portugal”. A certeza foi deixada esta quarta-feira pelo líder social-democrata monçanense, António Barbosa, perante o Presidente do partido no Jantar de Natal do PSD Monção que juntou mais de meio milhar de militantes e simpatizantes do partido.
Frente à multidão, que deixou a sala do restaurante a abarrotar, Barbosa recuou seis anos. Lembrou um outro Jantar de Natal do PSD realizado em dezembro de 2016. Na altura ainda com o PS ao leme da Câmara Municipal de Monção.
Paulo Rangel, eurodeputado social-democrata, proferiu na altura (e naquele mesmo restaurante) palavras que ficariam conhecidas como a Profecia de Rangel.
“António Barbosa vai ser um dos grandes dirigentes nacionais do PSD depois de ser presidente da Câmara de Monção”, disse o eurodeputado em 2016. A segunda parte da profecia concretizou-se em menos de um ano.
Em 2016, Paulo Rangel profetizou a vitória de António Barbosa nas autárquicas de 2017… e mais alguma coisa
[Fotografia: Arquivo/Rádio Vale do Minho]
Durante o jantar desta quarta-feira, na sua intervenção, Barbosa lembrou o momento.
“Houve alguém que veio a Monção, em 2016, e fez aqui uma profecia. Ficou conhecida por Profecia de Rangel. Dizia que eu iria ser Presidente de Câmara. E hoje faço eu aqui uma profecia… tenho a certeza absoluta que, com a força que vai levar aqui de Monção, Luís Montenegro vai ser Primeiro-Ministro de Portugal para transformar, definitivamente, um país está parado e cada vez pior”.
Estrondoso aplauso para o líder do PSD Monção.
Na multidão, as bandeiras agitavam-se. “PSD! PSD! PSD!”, ouvia-se em coro tal como se ouviu na entrada apoteótica de Luís Montenegro na sala com o hino laranja em som de fundo.
Chegada do Presidente do PSD, Luís Montenegro, ao Jantar de Natal do PSD Monção 2022
Um salário de 126 contos que dava para quase tudo
“Não podemos continuar a viver num país onde estudar é incomportável, onde um jovem não pode hoje deslocar-se para frequentar a Universidade no Porto ou em Lisboa”, lamentou Barbosa. “É preciso transformar isto!”, exclamou.
“O meu primeiro salário, em 1999, foram 126 contos [pouco mais de 600 euros]. Esse salário permitiu-me comprar o meu carro, ter a minha casa e durante todas as semanas ir com amigos jantar fora. Hoje, um jovem acaba o curso e, se quiser viver em Lisboa ou no Porto, tem um salário para fazer mínimas coisas. E o resto somos nós os pais que temos de pagar. Porque os salários não são dignos nem são suficientes para que eles possam trabalhar”, disse.
Barbosa virou para a natalidade. Para um Portugal de população mais envelhecida, conforme mostram os dados definitivos dos Censos 2021.
“O que precisamos verdadeiramente no País é que o Estado assuma a sua responsabilidade” e adote “medidas estruturadas que devem ser trabalhadas com os Municípios para que possamos resolver ou pelo menos minimizar a questão da natalidade”, defende o líder do PSD Monção.
Um “desafio” chamado IRC
A concluir, Barbosa deixou ainda um desafio ao Presidente do PSD.
“Tem a ver com o IRC [Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas]. Temos, de uma vez por todas, de ter a coragem de assumir impostos e utilizá-los como deve ser”. Como? Aumentando salários ou então, defende, “peguem em parte dele e invistam-no na empresa”. Tudo isto “devidamente fiscalizado”.
“Tenho a certeza de que cada euro investido quer na massa salarial, quer nas empresas, será mais um passo para continuarmos a transformar e a fazer os empresários acreditarem no nosso país e a investir em Portugal”, rematou.
Longa ovação para o líder monçanense.
Veja a galeria de fotos [Rádio Vale do Minho]
Montenegro: Governo do PS “é trapalhão”
Chegou então a vez do grande convidado da noite. A multidão, em uníssono, saudava Montenegro que subia ao palco para discursar. Previsivelmente, não perdoou e apontou baterias a António Costa.
Considerou que o Governo do PS “é trapalhão” só faz “trapalhadas”, referindo-se à demissão dos secretários de Estado da Economia e do Turismo, Comércio e Serviços.
“Isto é um Governo trapalhão e é um Governo de trapalhadas, que não está a inspirar confiança”, afirmou Montenegro.
“Uma gerigonça que funcionava… agora é a maioria mas reina anarquia”
Montenegro lembrou que “havia um primeiro-ministro que, por acaso, é o que está hoje em funções, que há uns anos dizia, quando o acusavam de ter feito uma geringonça, que era uma geringonça, mas funcionava”.
“Agora é maioria mas reina a anarquia. É maioria mas os ministros dizem, uns, uma coisa, outros, outra coisa. É maioria, mas o primeiro-ministro é desautorizado por membros do Governo. É maioria e são substituídos secretários de Estado que criticaram o ministro. O primeiro-ministro dizia o contrário do que dizia o ministro, o Governo decidiu, exatamente o que os secretários de Estado diziam e afinal de contas quem sai são os secretários de Estado e o ministro continua. Isto é uma confusão que ninguém percebe”, atirou o líder laranja.
Forte aplauso vindo das mesas.
Antes de terminar, Montenegro puxou a calculadora. Fez contas e lembrou que o País em 20 dos últimos 27 anos tem sido governado pelo PS, “que tem a maioria no Governo, nas câmaras, nas Juntas de Freguesia, de deputados à Assembleia da República, dos deputados no Parlamento Europeu e até tem uma comissária europeia”.
“O país está enxameado de dirigentes socialistas em todos os órgãos da administração pública, em toda a escala, local, regional e nacional. O PS tem tudo o que se pode almejar para transformar e reformar um território proporcionando aos seus cidadãos mais qualidade de vida. O PS teve e tem todos os instrumentos e com todos os instrumentos estamos a ficar mais para trás, com mais problemas estruturais para resolver”, lamentou.
Na reta final, veio o apelo.
“Só vos peço que nos ajudem. Que me ajudem a transmitir a nossa mensagem. Que nos ajudem a mobilizar a nossa população e a mostrar aos nossos concidadãos que é possível ter um Portugal muito mais justo. Muito mais equilibrado. Muito mais próspero. Muito mais solidário. Um Portugal que não deixa ninguém para trás!“, pediu Montenegro.
“Nós temos tudo para ser bons! Temos capacidade. Temos história. Temos vocação. Temos tudo o que é necessário! Só não temos é um bom Governo”, terminou o Presidente do PSD já ao som do maior aplauso da noite.
Comentários: 0
0
1