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Monção

Monção: Barbosa explica despesas com pessoal e acusa PS de “demagogia política baixa”

29 Julho, 2020 - 21:32

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PUB O presidente da Câmara de Monção, António Barbosa (PSD), acusou esta quarta-feira o PS de “demagogia política baixa”. Na origem, a divulgação de dois gráficos nas redes sociais por […]

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O presidente da Câmara de Monção, António Barbosa (PSD), acusou esta quarta-feira o PS de “demagogia política baixa”. Na origem, a divulgação de dois gráficos nas redes sociais por parte da Comissão Política Concelhia do PS local. Um referente às despesas com pessoal e um outro referente à evolução da despesa corrente da autarquia.

Em ambos os gráficos, a curva dispara a partir de 2017, ano em que o PSD passou para o leme do Município de Monção. O gráfico referente às despesas com pessoal chegou mesmo a ser partilhado por Augusto Domingues, vereador pelo PS, na sua página pessoal.

Desta vez, em reunião do Executivo Municipal, Barbosa não deixou passar o assunto em branco. Entrou logo a abrir fogo cerrado à esquerda e optou por ler a nota introdutória do Orçamento Municipal de Caminha para 2020. Um Município de maioria socialista, cujo presidente é o próprio líder da Federação do PS de Viana do Castelo, Miguel Alves.

“O incremento de despesas sustenta-se muito no que se prevê na rubrica de despesas com pessoal. Uma subida de quase um milhão de euros. As razões são conhecidas e difíceis de contrariar a não ser por razões ideológicas de fundo”, leu Barbosa.

 “A questão que eu coloco é se o pessoal, para o PS, é uma «razão ideológica de fundo»”, disparou o presidente da Câmara que, em menos de um minuto, explicou a razão de tamanha subida da curva no gráfico das despesas com o pessoal.

“Queremos saber se o PS está contra nós normalizarmos as questões salariais, garantirmos direitos aos trabalhadores, normalizarmos contratos a trabalhadores que se encontravam a recibos verdes há 10 e mais anos”, disse.

“Se analisarmos os custos com o pessoal a nível nacional – de Melgaço até ao Algarve – rapidamente chegamos à conclusão que o aumento deste tipo de despesas não é exclusiva de Monção. Deve-se simplesmente ao decurso da legislação que passa pela atualização do salário mínimo, do descongelamento de carreiras, da descentralização de competências na Educação…”, prosseguiu Barbosa.

 

“Demagogia política da espécie mais baixa”

 

Mas houve também o gráfico das despesas correntes. “Há duas hipóteses: Ou há demagogia na forma como se faz política ou então nós é que não percebemos nada disto e os monçanenses não quererão voltar a ter-nos a governar”, continuou o presidente da Câmara.

“Ora, o pessoal faz parte da despesa corrente”, elucidou Barbosa. “Se a despesa com o pessoal aumenta um milhão de euros, a despesa corrente aumentará também – no mínimo – um milhão de euros! O que o PS fez foi demagogia política da espécie mais baixa. Ainda por cima feita por parte de quem governou o Município durante 20 anos”, desferiu o autarca social-democrata.

 

“Ilegalidades”

 

Em tom implacável, António Barbosa regressou a 2017. “Encontramos a Câmara de Monção com trabalhadores que trabalhavam 12 dias seguidos e tinham direito a zero! Chegavam ao final do mês e ganhavam 600 euros. Isto existiu na Câmara de Monção. Uma total ilegalidade!”, exclamou. E várias outras situações “sem ser cumprido o que está na lei”.

“Nós limitamo-nos a cumprir aquilo que está na lei. A dar e a garantir o direito dos nossos trabalhadores”, reiterou. “Quando não é possível fazer política de outra forma, tentam enganar o povo com números”, finalizou Barbosa.

 

 

“Está a atacar um leão em pré-reforma”

 

 

Em resposta, Augusto Domingues – que foi presidente da Câmara entre 2013 e 2017 – não desmentiu as afirmações feitas por António Barbosa.

“Embora o Sr. Presidente esteja a dirigir o ataque político a mim, está a dirigi-lo a um leão em pré-reforma. O partido tem outros jovens tigres. E muito do trabalho que é publicado na internet não é deste velho leão. Já não é da minha responsabilidade”, disse o vereador socialista. “Os líderes jovens pegaram naqueles números e fizeram política. É normal!”, exclamou.

Foi então que Augusto Domingues se centrou naquela que disse ser a sua preocupação nesta área. “Continuo a empertigar-me contra o afastamento de alguns técnicos. São de grande competência e estão encostados, lamentou. “Ainda agora um ganhou um concurso para chefe de divisão de uma Câmara vizinha. Sinal de que é competente”.

Também sobre esta matéria, o vereador Paulo Esteves foi mais sintético, taxativo… mas com visão ligeiramente diferente. “Sempre defendi que um Município deve ser empregador. Dando assim um sinal positivo às outras empresas do concelho”. E mais não disse.

 

 

Barbosa: “Quando não interessa já são os outros

 

 

Na réplica, o presidente da Câmara pegou nas palavras iniciais de Augusto Domingues e não perdoou. “Sobre os gráficos na internet, o Sr. Vereador não pode dizer que são os outros porque o Sr. também pertence à Comissão Política”, disse.

E ironizou. “Quando não interessa já são os outros. Eu sou uma velha guarda“, continuou. “O Sr. é uma velha guarda que continua aqui a balizar a posição política e tem tudo a ver com o que lá [na internet] é escrito”, considerou António Barbosa. “Não poderá afastar-se disso, sob qualquer circunstância”.

Já sobre o “afastamento” de técnicos, Barbosa referiu que “a única secção do Município em que houve substituições foi nas obras, que hoje funciona 100 por cento melhor”, avaliou.

“É ir lá! É falar com quem trabalha diretamente com as empresas. É falar com os gabinetes. É falar com toda a gente e ver o que é hoje o setor das obras na Câmara. Houve uma grande mudança e eu estou totalmente satisfeito. Uma equipa totalmente nova e que começou a responder às solicitações das pessoas”, descreveu o presidente da Câmara.

“Quanto ao encosto, nós colocamos os funcionários a fazer aquilo que achamos que devem fazer. Alguns estão encostados porque são incompetentes. Outros porque fizeram coisas que o Sr. não sabe mas que terei todo o gosto em contar-lhe em privado”, concluiu.

 

 

Os dois gráficos publicados no FB pela CPC do PS Monção no início de julho

 

 

Gráfico das despesas com pessoal partilhado no FB pelo vereador Augusto Domingues

 

[Fotografia: Arquivo /DR]

 

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