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Monção

Monção: Assembleia Municipal aprovou transferência de 88 mil euros para o Matadouro

10 Junho, 2016 - 03:29

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Verba será transferida durante os próximos três anos. Autarquia espera depois resultados líquidos positivos.

A Assembleia Municipal de Monção aprovou esta quinta-feira, por maioria, a transferência de 88 mil euros para o Matadouro Regional de Monção. O espaço, explicou o presidente da Câmara na sua intervenção, enfrenta nesta altura uma situação complicada. “Temos de entender que somos um concelho agrícola. Assim como investimos uma verba considerável na promoção do vinho Alvarinho, temos agora esta possibilidade de proteger a carne”, disse Augusto Domingues. “Na gestão de uma qualquer empresa, paga-se em primeiro lugar aos funcionários. Depois aos fornecedores, deixando o Estado para último. Temos de, periodicamente, fazer a análise de Materiais de Risco e pagar uma taxa respetiva. E essa foi a vítima”, continuou o autarca socialista. “Com o passar do tempo não a pagámos. O Estado não nos facilita. Obriga-nos a pagar tudo e não nos permite o faseamento. Temos essa dívida para pagar, senão somos executados. E quem nos vai executar são os Serviços de Finanças locais. Estruturamos com eles o pagamento da dívida em 36 prestações. Quem vai pagar é o Matadouro e o que eu peço é que a Câmara ajude a pagar. Isto para não colocar em perigo nem a fileira da carne nem os 12 funcionários que lá trabalham”.
Augusto Domingues espera que, com a transferência desta verba dividida em três partes, o passivo do Matadouro seja limpo e comecem a aparecer resultados líquidos positivos. “Se não der, então o matadouro poucas hipóteses terá de sobreviver. Esta é mais uma hipótese que eu peço aqui à Assembleia Municipal sobretudo no sentido de proteger a fileira agrícola da carne”, apelou o edil.
A bancada socialista respondeu de imediato, de forma positiva, ao pedido de Augusto Domingues. “Importa à semelhança dos procedimentos tidos com outras instituições resgatá-lo [ao Matadouro]. Está em causa, além de outros aspetos, o ganha-pão de algumas pessoas que são o sustentáculo familiar de alguns agregados deste concelho”, sublinhou o deputado José Monteiro Alves. “Quero só dizer-lhes que o valor previsto na transferência para o ano de 2016 – 30 mil euros – é exatamente o valor que foi transferido para uma ZIF, o qual ainda não sabemos onde foi aplicado. Neste caso pelo menos temos a certeza onde será”, acrescentou.
A medida contou com a abstenção dos autarcas independentes e também do PSD. Pela voz do deputado Armando Fontaínhas, os sociais-democratas deixaram apenas uma questão sobre esta matéria. “Quantas pessoas de Monção abatem no Matadouro Municipal? Eu falo com várias pessoas que têm talhos aqui em Monção e dizem-me que os animais são abatidos fora. Gostaria que me fosse explicado se o matadouro afinal serve a agricultura moncanense ou simplesmente serve outros interesses”, disse.
Na resposta, o presidente da Câmara não ofereceu números mas lembrou ao deputado Armando Fontaínhas a importância dos que abatem no Matadouro de Monção e não são naturais do concelho. “Isso também é bom. É dinheiro que vem de fora para dentro! É bom para a nossa economia local”, considerou Augusto Domingues. “Muitos dos talhantes de fora que cá vêm matar, compram cá. São animais comprados em Monção. Tenho a certeza!”, garantiu.
O Matadouro Regional de Monção foi inaugurado no dia 24 de novembro de 2001 pelo Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas, Luís Manuel Capoulas dos Santos, após um processo de reformulação estrutural e reconversão tecnológica avaliada em 1.2 milhões de euros. Neste momento, a estrutura conta com 12 funcionários.

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