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A tradição repete-se todos os anos. Domingo não será exceção. Ao segundo fim-de-semana de julho, todos os caminhos vão dar à antiga freguesia de Anhões [hoje União de Freguesias de Anhões e Luzio] para as Festividades em Honra do Senhor do Bonfim.
Situado em zona de montanha, sensivelmente a 16 quilómetros da sede do concelho, o Santuário do Senhor do Bonfim é visitado por milhares de pessoas durante o ano. Neste dia, sempre ao segundo domingo de julho, o recinto enche-se de crentes e muitos vendedores ambulantes que, desde tempos distantes, vêm aqui uma oportunidade de negócio.
A viagem começa de madrugada com muita gente a fazer o percurso a pé. Sozinhos ou em grupo. A conversar, a rezar ou em silêncio profundo. Com o olhar preso no horizonte e o coração a transbordar de afeto e devoção. Algumas paragens para refrescar a garganta. Ou descansar as pernas.
Muitos caminham descalços. Mais devagar. Cuidadosamente. Fazem-no com o sentimento, puro e verdadeiro, que ultrapassa todas as dificuldades. O objetivo é chegar e abraçar o Senhor do Bonfim. Acender uma vela, rezar em repouso e apreciar o interior do santuário. Adornado com flores.
Depois da Eucaristia e da procissão, que decorre com total recolhimento e fé, as famílias juntam-se à volta da toalha na carvalheira próxima. Começa o repasto. Que passa de mão em mão. De toalha em toalha. Fazendo desta romaria um hino à convivência e amizade. Com a banda sonora dos tocadores de concertina que deambulam pelo recinto e, mais tarde, se juntam no palanque para puxar a gente a um pezinho de dança.
Quem gosta, entra na dança. Os outros deixam-se andar por ali. Há quem volte a entrar no santuário. Agora mais desafogado. Para apreciar o altar-mor, onde pontificam as imagens de S. Mamede e S. Caetano, e os outros altares, dedicados ao padroeiro e ao Imaculado Coração de Maria.
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