PUBLICIDADE
3
AVANÇAR

Menu

+

0

0

Viana do Castelo

Ministério justifica impedimento de criança ir à escola como “segurança para todos”

23 Maio, 2012 - 14:01

130

0

O ministério da Educação assumiu hoje que a decisão de impedir uma criança hiperativa, de seis anos, de frequentar a escola, em Viana do Castelo, foi tomada em conjunto por médicos e direção da escola para “segurança de todos”.

O ministério da Educação assumiu hoje que a decisão de impedir uma criança hiperativa, de seis anos, de frequentar a escola, em Viana do Castelo, foi tomada em conjunto por médicos e direção da escola para “segurança de todos”.

Segundo fonte do ministério contactada pela Agência Lusa, a “ausência temporária do menino” da escola, que, hoje de manhã, foi impedido de frequentar o espaço, “prende-se com uma medida concertada” entre a equipa médica pedopsiquiatra, docentes da educação especial, direção da escola e assistente social, que acompanham o caso.

“De forma a garantir a segurança de todos, estes acordaram a permanência do aluno na sua residência até que a medicação o estabilizasse do ponto de vista comportamental”, esclareceu ainda a fonte.

A criança, de seis anos, foi hoje impedida pela direção escolar de frequentar o estabelecimento de ensino por alegadamente estar “suspensa” devido ao comportamento hiperativo.

Durante cerca de uma hora, a criança e os avós, que assumiram a tutela desde o primeiro ano de vida do menor, estiveram à porta da Escola da Avenida, na cidade de Viana do Castelo, mas da parte da direção receberam apenas o pedido para terem “paciência” e que a criança estava “suspensa” devido ao seu comportamento.

“Ele é hiperativo, não para um segundo e isso é verdade. Não tem mais nada de especial e estava a ser acompanhado por uma especialista aqui na escola, porque em casa o comportamento é praticamente normal”, explicou Vítor Araújo, o avô.

A situação e os alegados conflitos da criança na turma do primeiro ano que frequenta naquela escola são conhecidas desde setembro, nomeadamente com episódios de violência até sobre alguns colegas, professores e auxiliares, mas tudo se agudizou na semana passada.

“Numa destas crises, partiu um vidro e o Agrupamento de Escolas deu ordem que quando acontecesse alguma coisa do género tinha de ir para o hospital. Mas nós só fomos avisados quando ele já estava lá”, acrescentou Ana Paula Silva, a encarregada de educação, que trabalha a poucos metros da escola.

A criança, que alegadamente reage mal quando contrariada, passou os dias de sexta, segunda e terça-feira sem ir à escola e fez, entretanto, nova troca de medicamentos “para tentar ajustar o comportamento”, até que hoje se preparava para regressar.

“Aqui à porta disseram-me que ele está suspenso, não pode frequentar a escola e que para a semana haverá uma reunião entre todas as partes para decidir. Enquanto isso, esteve a ver os colegas a entrarem e ele sem o poder fazer. Isto é revoltante para qualquer pessoa”, desabafou ainda.

Os avós chamaram a PSP de Viana do Castelo ao local e apresentaram queixa sobre o impedimento da criança em frequentar a escola, nomeadamente por não terem qualquer justificação para esta suspensão e tendo em conta a sua idade e falta de alternativas da própria direção.

A criança acabou por regressar a casa com os avós, que ainda não decidiram se, na quinta-feira, voltam a tentar levar o menor à escola.

Últimas