A Casa da Cultura de Melgaço está a ser palco de uma exposição de fotografia intitulada As artes de pesca nas Pesqueiras do Rio Minho.
No total, são 30 fotografias de Luís Borges, fruto de um trabalho do Projeto Raízes com a Associação de Pescadores das Pesqueiras do Rio Minho.
Estão também em exposição sete fotografias antigas, algumas do início do século XX, que retratam a ligação das populações de Arbo ao rio Minho e à pesca nas pesqueiras; 16 painéis que constituem o Plano Del rio Miño da Comisión Internacional de Limites entre Espanha e Portugal, datado de 1898, onde estão sinalizadas as pesqueiras dos dois lados do rio até àquela data; esculturas do artesão de Arbo, Vicente López Martinez, relacionadas com esta temática.
Esta iniciativa resulta de uma colaboração entre o Município de Melgaço, as PESQUEIRAS – Associação de Pescadores do Rio Minho e a Asociación do Rio Miño Ignacio Gago.
As pesqueiras do Rio Minho constituem exemplo da relação estabelecida entre o meio físico e o social, um marco histórico-cultural que comprova os usos e costumes de um povo, nomeadamente na arte de armar a pesca.
Desde novembro de 2022, integram o Inventário Nacional do Património Imaterial.
A origem das suas construções perde-se na História: as primeiras referências documentadas são do séc. XI. Já eram utilizadas pelos romanos para a pesca daquela que é considerada uma das maiores iguarias do rio Minho: a lampreia.
Testemunham saberes ancestrais na escolha dos melhores sítios para a sua implementação, na sua orientação em relação às correntes do rio, no processo de trabalhar a pedra e erguer os muros, na escolha das redes mais adequadas e, ainda, no sistema de partilha comunitária do seu uso.
O rio Minho concentra, nas duas margens e apenas no troço de 37 quilómetros, entre Monção e Melgaço, cerca de 900 pesqueiras (das quais cerca de 350 estão ativas).
A mostra vai estar patente até ao próximo dia 11 de abril.
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