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Melgaço

Melgaço: ‘Paris’ capta atenções e respeito na Festa do Espumante

21 Novembro, 2015 - 08:28

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Proprietário de restaurante com nome da capital francesa contou à Vale do Minho como viveu os acontecimentos do passado dia 13 de novembro.

Basta entrar dentro da tenda da Festa do Espumante e olhar ao redor. A todos os que fazem este gesto acontece quase sempre o mesmo. Os olhos travam bruscamente na palavra escrita lá ao fundo, numa parede negra: Paris. A rádio Vale do Minho não foi excepção à regra, tendo em conta os acontecimentos dos últimos dias na capital francesa.
Num par de minutos percebemos que se tratava de um restaurante de Melgaço que ali montou o expositor. Ao balcão estava José Martinho, proprietário, que depressa leu o interesse jornalístico no nosso olhar. Com sorriso afável, interrompeu o trabalho já pronto a contar-nos a sua história. “Este restaurante tem oito anos. O nome vem dos 17 anos que passei em Paris”, explicou desde logo o dono da casa.
Arcuense de gema, José Martinho encontrou a ‘cara-metade’ em Melgaço e pelas terras de Inês Negra decidiu ficar. Das quase duas décadas que passou em Paris, José Martinho recorda uma cidade multicultural. “Nas ruas há gente de todos os cantos do mundo. É uma cidade com muita agitação e de um momento para o outro lá havia uma confusão nesta ou naquela rua”, contou à conversa com a rádio Vale do Minho. Porém, no passado dia 13 de Novembro, “a confusão” ultrapassou largamente tudo aquilo a que franceses e emigrantes poderiam estar já habituados. “Senti uma grande tristeza. Mas há que pensar de uma forma positiva e nunca baixar os braços”. Através das imagens que iam chegando pela televisão, José Martinho foi-se apercebendo da real dimensão da tragédia. Com familiares a residir na capital francesa, o proprietário pegou imediatamente no telemóvel. “Felizmente estavam todos bem. Mas acho que vão haver mais atentados em breve. E em França. Penso que ainda há lá muitos membros do Estado Islâmico. França é um país mais apetecível pelo mediatismo que oferece aos terroristas. Há mais pessoas e todas elas de várias nacionalidades”, considerou.
Entretanto, o negócio do ‘Paris’ continua. “A restauração está como o país”, disse José Martinho em tom de lamento. “Espero que o IVA na restauração baixe para 13 por cento em breve”, concluiu.

Autarquia de Melgaço deixa mensagem de esperança aos emigrantes

No arranque da Festa do Espumante, o presidente da Câmara de Melgaço recordou também à Vale do Minho os momentos vividos no passado dia 13 de Novembro. “Tive oportunidade de perceber como é que estavam as pessoas da nossa comunidade não só através de pessoas que cá estão, como também em contactos directos com França. Da comunidade de Melgaço sabemos que ninguém foi afetado de forma directa pelo que aconteceu. Mas idiretamente estamos todos afetados”, disse Manoel Batista à Vale do Minho. “Espero que a nossa comunidade em França seja capaz de ultrapassar esta situação difícil para todos. Uma situação que criou um clima de medo não só em Paris como em toda a França. Espero que confiem que seremos todos capazes de fazer o necessário para encontrar caminhos de paz para a humanidade. Só uma humanidade pacificada e com uma distribuição diferente de riqueza daquela que existe poderá ser capaz de construir a paz e ter um ambiente de tranquilidade onde todos possamos viver bem”, concluiu.
Os atentados do passado dia 13 de Novembro provocaram 129 mortos, 352 feridos, destes 99 estão em estado grave. Estes foram os atentados mais sangrentos na Europa desde os ataques em Madrid, em 2004. Foram reivindicados pelo Estado Islâmico.

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