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Melgaço: ‘Meteorologista’ de Castro Laboreiro é seguido por milhares de pessoas nas redes sociais

7 Janeiro, 2019 - 11:12

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A paixão pela meteorologia despertou-lhe há “meia dúzia” de anos. “Foi numa manhã em que começou a nevar”, recordou Adílio Pereira aos microfones da Rádio Vale do Minho. Aos 65 […]

A paixão pela meteorologia despertou-lhe há “meia dúzia” de anos. “Foi numa manhã em que começou a nevar”, recordou Adílio Pereira aos microfones da Rádio Vale do Minho. Aos 65 anos de idade, este proprietário de um café em Castro Laboreiro, em Melgaço, é hoje seguido por milhares de pessoas nas redes sociais. Chamam-lhe carinhosamente de meteorologista ou então o homem do tempo. Acorda cedo. De forma quase sagrada, todas as manhãs descreve o estado do tempo onde vive e as previsões do que está para vir. Tirando partido das afamadas quedas de neve, Abílio Pereira começou a captar a atenção dos locais, de turistas e da própria comunicação social. Nos dias que passam, já é muito raro existir nas redondezas quem não conheça o meteorologista de Castro Laboreiro.

Atento aos serviços meteorológicos, Adílio Pereira dá preferência aos espanhóis. “São mais precisos e têm mais estações espalhadas por aqui”, justifica. Depois, tudo lhe advém da sabedoria popular. “Há neve seca e há neve molhada. A seca costuma permanecer mais tempo e a molhada desaparece logo”, prossegue em tom professoral. “A neve seca pode também ser chamada de neve buraqueira. Vem de norte. Tapa buracos… tapa tudo…”, descreveu com uma gargalhada. Questionado imediatamente sobre as previsões para a queda de neve nestes pontos mais altos do concelho, o meteorologista avança já apostas para a segunda quinzena de janeiro.

 

Adílio Pereira:  “Penso que tenho dado um contributo para aumentar o turismo aqui em Castro Laboreiro.”

 

De rosto sorridente, o proprietário do café sente-se orgulhoso com o trabalho que tem vindo a fazer. “Penso que tenho dado um contributo para aumentar o turismo aqui em Castro Laboreiro. Houve até uma altura em que coloquei uma imagem da neve e apareceram-me aqui dois casais vindos do Porto. Uma das raparigas afirmava havia neve e que tinha visto na minha página”, contou. “Aproximei-me e disse-lhes que sim. De facto havia neve mas mais lá para cima”. Ficaram muito satisfeitos.

A melhor altura para ver a neve, sublinha Adílio Pereira, é sempre durante a manhã. “Muitas vezes as pessoas chegam cá durante a tarde e não vêem nenhuma e depois ficam desiludidas”, lamenta. No entanto, pode também acontecer o inverso. “Outras vezes há quem chegue a Lamas de Mouro e veja o céu limpo e pense que não haja neve aqui. Só que há”. E isso, explicou, poderá dever-se a uma barreira orográfica que separa estas duas freguesias vizinhas de Melgaço.

As mudanças climatéricas associadas ao aquecimento global são uma das principais preocupações deste entusiasta do estado do tempo. “Anda tudo trocado. Quando era um rapaz novo cheguei a ver por aqui quase um metro de neve! Hoje, só mesmo 30 a 40 centímetros e lá no alto”. Inevitavelmente, Adílio Pereira apontou o exemplo da neve caída recentemente antes do Natal. “É possível que se deva a isso”, admitiu.

Para já, frio com sol e céu limpo continuam em Castro Laboreiro. A meteorologia espanhola já aponta nuvens e aguaceiros para esta zona da Península Ibérica a partir do próximo dia 17. As mínimas, nestes pontos mais altos, vão rondar os 3ºC. Em que dia vai nevar? O Sr. Adílio o dirá.

 

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