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Melgaço

Melgaço: Lã, algodão, tabaco, azeite… e até revólveres – Tudo era contrabandeado há 100 anos

29 Maio, 2019 - 16:49

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Durante o período do Estado Novo, o contrabando intensificou-se nas fronteiras de Melgaço. No entanto, conforme conta Valter Alves, professor e entusiasta da história do concelho, no seu blog Melgaço: Entre o Minho e a Serra, o contrabando nesta região é tão antigo como a definição das fronteiras há muitos séculos atrás.

Mas a Guarda Fiscal andava atenta. E entre as apreensões não figurava apenas o tabaco. As mercadorias que apareciam com mais frequência eram tecidos de lã e algodão, açucar, tabaco e azeite.

Na edição de 29 de dezembro de 1892, o jornal local Espada do Norte escreve que “pelas praças do posto de Pousafolles, foram apprehendidas diferentes fazendas de lã e algodão, no valor de 10 000 réis. Pelas mesmas praças, 200 grama de tabaco em charutos, no valor de 900 réis. Pelas praças do posto fiscal de S. Gregório, differentes géneros alimentícios  algumas fazendas de lã e algodão, no valor de 3130 réis. Pelas praças da columna volante, azeite, assucar e algumas fazendas de algodão, no valor de 3000 réis”. 

Mas não é tudo. Prossegue ainda o mesmo periódico noticiando que “pelas praças do posto de Cevido, differentes fazendas de lã e algodão, azeite e assucar, tudo no valor de 5000 réis. Pelas praças do posto de de S. Martinho, 2 chailes d’algodão, azeite, arroz, assucar e tabaco, tudo no valor de 10100 réis. Pelos 2 polícias fiscaes, em serviço n’esta vila, foi apprehendido 1 kilo de tabaco, no valor de 4500 réis.”

 

Multas eram a doer

 

Valter Alves mostra depois uma notícia da edição de 28 de julho de 1912 do Correio de Melgaço. Aqui já é possível ter uma ideia clara das multas aplicadas. A Guarda Fiscal tinha mão pesada na altura.  “No dia 23, os soldados da guarda fiscal, João Luiz Lourenço, José Albano Domingues, Manuel Esteves Pinto, Manoel de Faria e os agentes da Companhia dos Tabacos, apreenderam a Bento Domingues, do lugar das Bouças, de Alvaredo, um revolver espanhol, uma camisola e algum tabaco, pelo que teve que pagar 16$400 réis de multa”, lê-se naquela edição do Correio de Melgaço.

 

Reprodução da notícia publicada na edição de 28 de Julho de 1912 do Correio de Melgaço

 

No mesmo dia, pelas 21 horas, os empregados acima referidos, apreenderam a Manoel Martins e Manoel Inácio, do mesmo lugar e freguesia, diversos tecidos de lã e algodão, no valor de 6$060 réis, tendo de pagar 27$5755 réis de multa”, conta ainda o mesmo jornal.

A concluir, a notícia refere ainda que “no dia 26, os guardas do posto fiscal de Alcobaça, apreenderam a Rosa Domingues, diversos retalos de tecidos de algodão, azeite e arroz, no valor de 2$500 réis, pelo que pagou 9$590 réis de direitos e multa”.

 

[Fotografia: Melgaço: Entre o Minho e a Serra / Direitos Reservados]

 

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