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Melgaço: Há uma ponte ‘milagrosa’ na freguesia de Prado – Conhece a história?

6 Janeiro, 2020 - 16:46

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Está localizada na freguesia de Prado, em Melgaço. Curta em extensão mas vai sendo grande na fama que granjeou ao longo dos séculos. Por baixo, as águas de um pequeno curso de água. Na localidade todos conhecem os poderes mágicos que a Ponte de S. Lourenço tem para viabilizar bebés ainda na barriga das mães.

Contam-se dezenas de histórias de casos de sucesso na comunidade. Com mais ou menos ponto acrescentado, todos terminam com um final feliz idêntico: um bebé de boa saúde.

Um desses casos foi contado por Valter Alves, professor e investigador da história do concelho, no seu blog intitulado Melgaço, entre o Minho e a Serra.

O relato é feito na primeira pessoa e, de acordo com o docente, foi retirado da obra Caminhando pelo Mundo do Fantástico no Vale do Minho, de Álvaro Campelo (2002). Trata-se do caso de uma mulher, de seu nome Ana, que teve três abortos. O médico aconselhou-a a não engravidar novamente. “Era muito fraca e poderia apanhar qualquer coisa…, ou até a criança nascer defeituosa”, alertou o clínico.

Mas Ana engravidou novamente. Foi aconselhada pelo próprio autor do relato, Álvaro Campelo, a batizar a criança na ponte de S. Lourenço. E Ana assim fez. Com três meses de gestação decidiu ir até à ponte com aquele e com o marido.

“Ficamos os três à espera da primeira pessoa que ali passasse depois da meia-noite. Mas não podia passar nem cão nem gato, senão aquela noite já não servia, e tínhamos que vir noutra”, escreveu Álvaro Campelo na sua memória.

Apareceu o primeiro carro, mas não parou. Veio depois um segundo carro. “Eu voltei a fazer «alto» e ele parou. Mas a pessoa negou-se… e eu até o conhecia… Eu disse-lhe: É para baptizar uma criança…. assim, assim…, mas ele negou-se”, lamentou o autor.

Mas à terceira foi de vez. Apareceu um novo automóvel e o condutor aceitou. Ironicamente, trabalhava no Registo Civil e já tinha ouvido falar os milagres da ponte.

Perguntou o que tinha de fazer. “Eu disse-lhe: Você pega na água e diz: “Eu te baptizo, em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo”. Não diga Amém, senão fecha o Baptismo à criança!”, contou Álvaro Campelo.

Assim foi. O desconhecido regou a barriga da futura mãe. Termina o relato dizendo que, passados os restantes meses, “nasceu uma rapariga linda”.

 

Uma ponte que terá dado Senhorinhas e Gervásios

 

Uns acreditam mais. Outros nem tanto. Certo é que pelo país há mais casos idênticos destas pontes que asseguram a saúde dos bebés. Exemplo disso é também a ponte de Misarela, sobre o rio Rabagão, no concelho de Montalegre. Faz fronteira entre Trás-os-Montes e o Minho. Mas com uma diferença: caso o ritual aí acontecesse, o nome da criança não estava à escolha dos pais. Conforme deu conta o jornal Expresso, se fosse menina, teria de chamar-se Senhorinha. Em caso de ser rapaz, Gervaz ou Gervásio.

“Este mito aconselha as mulheres com um historial de vários abortos, e que queiram levar uma nova gravidez até ao fim, a dirigir-se à ponte da Misarela. Aí chegadas, devem esperar que alguma pessoa a atravesse para lhes batizar o bebé ainda na barriga. Esse padrinho/madrinha deve recolher um púcaro de água do Rabagão, e derramá-lo sobre a barriga da grávida”, conta aquele jornal. E até aqui tudo muito igual ou similar a Melgaço.

No entanto, as palavras “sacramentais” eram outras: “Eu te batizo, criatura de Deus, pelo poder de Deus e da Virgem Maria. Se fores rapaz serás Gervaz, se fores rapariga, serás Senhorinha”, conta ainda o Expresso.

 

[Fotografia: Valter Alves / Direitos Reservados]

 

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